Novo Ecce homo faz especialistas pedirem regulamentação em restaurações

O mundo das restaurações artísticas tem um novo meme: uma cópia da Imaculada Conceição do Escorial, do pintor barroco Bartolomé Esteban Murillo (1618-1682), sofreu um restauro desastroso que está sendo comparado ao que aconteceu com o afresco Ecce Homo, em 2012, em uma igreja em Borja, na Espanha.

Apesar de a pintura original estar protegida no Museu do Prado, em Madri, especialistas tem pedido por maior regulamentação após o caso com a cópia. De acordo com a agência Europa Press, a obra fazia parte de uma coleção particular de Valência.

O dono dela contratou o restauro por 1,2 mil euros e, pelo que se vê na foto, o resultado foi, no mínimo, catastrófico. O proprietário afirmou que um novo restaurador foi contratado prometendo recuperar a pintura. Ao The Guardian, Fernando Carrera, professor da Escola Superior de Conservação e Restauração de Bens Culturais da Galícia, frisou que a lei espanhola atual permite que pessoas sem formação possam trabalhar na restauração de artes.

“Você consegue imaginar se pudesse operar outras pessoas? Ou se te permitissem vender um remédio sem licença de farmacêutico? Ou que alguém que não fosse arquiteto pudesse construir um prédio?”, perguntou. María Borja, vice-presidente de relações internas da Associação Profissional de Conservadores Restauradores da Espanha, apontou que casos como esse são comuns.

Em entrevista ao Europa Press, ela afirma que a lei da Espanha não obriga que os restauradores contratados para esses trabalhos tenham a devida formação necessária, resultando em casos como o da imaculada. Com informações de O Globo.