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Japão retomará caça comercial de baleias em julho de 2019

Segundo o porta-voz do governo japonês, Yoshihide Suga, atividades serão retomadas em águas territoriais e na zona econômica exclusiva

atualizado

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Foto: WILTON JUNIOR/ESTADÃO CONTEÚDO
Carcaça de baleia de 30 toneladas encalha na praia de Ipanema, no Rio
1 de 1 Carcaça de baleia de 30 toneladas encalha na praia de Ipanema, no Rio - Foto: Foto: WILTON JUNIOR/ESTADÃO CONTEÚDO

O Japão anunciou nesta quarta-feira (26/12) que decidiu se retirar da Comissão Internacional da Baleia (CIB). Além disso, o país comunicou que retomará a caça de baleias com fins comerciais a partir de julho de 2019.

A decisão foi informada pelo porta-voz do governo japonês, Yoshihide Suga. De acordo com ele, os baleeiros japoneses retomarão suas atividades nas águas territoriais e na sua zona econômica exclusiva. “Não vamos caçar nas águas antárticas ou no hemisfério sul”, afirmou Suga.

O porta-voz do Japão disse ainda que, a partir da sua retirada, o país atuará como observador dentro da organização. Segundo ele, o governo em Tóquio continua comprometido com o uso dos recursos marítimos de acordo com dados científicos.

Conforme Suga, o país comunicará sua decisão à CIB até o final do ano. O governo japonês tentou persuadir a Comissão, criada em 1946 e formada atualmente por 88 países, para permitir sua caça comercial. Contudo, a organização internacional rejeitou a proposta em setembro na reunião realizada em Florianópolis, no Sul do Brasil.

Como resultado, esperava-se que Tóquio encerrasse sua participação na CIB. Os japoneses juntam-se assim à Islândia e Noruega, únicos países a praticar caça de baleias para fins comerciais, e abre caminho a duras críticas da comunidade internacional e das organizações defensoras dos direitos dos animais.

Na prática, o Japão nunca suspendeu por completo a caça de baleias, recorrendo a uma lacuna da moratória sobre a caça comercial de 1986, responsável por permitir a captura de baleias para fins científicos e a caça aborígene de subsistência praticada por povos tradicionais em determinadas regiões. A moratória foi introduzida depois de algumas espécies terem ficado à beira da extinção devido à prática.

Consumo de carne de baleia
Estima-se que o país realize a caça de cerca de 450 baleias por ano e atividades baleeiras com navios de pesquisas especialmente na Antártida.

O Japão defende com firmeza a caça comercial às baleias. Há muito tempo, Tóquio argumenta que a maioria das espécies de baleias não está ameaçada e que comer estes animais faz parte de sua cultura.

Apesar de o governo defender ativamente a caça, o consumo de carne de baleia no país está em declínio. De acordo com autoridades da pesca, a carne de baleia é mais popular entre os segmentos mais velhos da população japonesa do que entre os jovens.

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