O presidente do México, Andrés Manuel López Obrador, classificou a eleição do brasileiro Ilan Goldfajn, de 56 anos, para a presidência do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) como “lamentável” e afirmou que a escolha do nome não apresenta nenhuma mudança para a instituição. A oficialização aconteceu nesse domingo (20/11) pelo Ministério das Relações Exteriores.
Goldfajn irá substituir o norte-americano Mauricio Claver-Carone e será o primeiro presidente indicado pelo Brasil a assumir o cargo.
“A forma de escolher é lamentável. Eles só se preocupam em concordar com os Estados Unidos e manter a linha neoliberal das últimas décadas”, disse o presidente mexicano em sua tradicional Conferência da Manhã.
Obrador indicou Gerardo Esquivel, vice-presidente do Banco Central do México, para a presidência do BID, mas teve a indicação derrotada por Goldfajn. “É lamentável que isso continue acontecendo, não há mudanças”, declarou o atual mandatário mexicano.
A escolha do novo presidente do BID pode variar de acordo com o número de ações de cada país membro. Atualmente, os três principais contribuintes são Estados Unidos, Brasil e Argentina.
Conheça o novo presidente do BID
Indicado pelo atual ministro da Economia, Paulo Guedes, Ilan Goldfajn foi eleito com 80,1% dos votos, vencendo os candidatos do Chile, México e Trindade e Tobago.
Formado em economia pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), o novo presidente do BID tem mestrado na área econômica pela Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-RJ) e doutorado pela Massachusetts Institute of Technology (MIT).
O economista Goldfajn é ex-presidente do Banco Central do Brasil, entre 2016 e 2019, e ex-diretor do Departamento do Hemisfério Ocidental do Fundo Monetário Internacional (FMI).