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🥶Temperatura mais baixa do universo foi alcançada em laboratório

Segundo cientistas, experimento abre um portal para um reino inexplorado do magnetismo quântico

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Blocos de gelo empilhados em região glacial com o céu azul no fundo - Metrópoles
1 de 1 Blocos de gelo empilhados em região glacial com o céu azul no fundo - Metrópoles - Foto: Chris Robert/Unsplash

A menor temperatura já registrada na Terra foi de -89,2ºC, na Antártida. Mas a verdade é que esta temperatura é “fichinha” quando se verifica a temperatura de algumas partes da Lua, por exemplo, onde em alguns lugares a medida chega a -200ºC.

Mas dá pra reduzir ainda mais? Uma equipe internacional de cientistas resolveu desafiar esses limites e chegaram a um número ainda menor, de -273,15°C. É a mais baixa temperatura já medida em todo o espaço interestelar.

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Pesquisadores da Universidade Rice, nos EUA, e da Universidade de Kyoto, no Japão, avaliaram que este grau é três bilhões de vezes mais frio do que qualquer um já aferido no cosmos: eles ficaram a um bilionésimo de um grau de atingir o zero absoluto na escala Kelvin.

Pra que serve isso?

No artigo, publicado na revista Nature Physics, o cientista mexicano Eduardo Ibarra García Padilla afirmou que existem estados da matéria que só são acessíveis nas temperaturas mais baixas, por isso a relevância deste estudo.

“Alcançar essas temperaturas e esses estados nos permitirá entender melhor problemas da Física como a supercondutividade em óxidos de cobre, que terão importantes aplicações tecnológicas”.

Os átomos cerca de 3 bilhões de vezes mais frios que o espaço interestelar serviram, desta forma, para abrir um portal para um reino inexplorado do magnetismo quântico.

A equipe usou lasers para resfriar a níveis extremos os átomos de um elemento químico conhecido como itérbio, aplicando técnicas de resfriamento evaporativo.

Na primeira técnica, eles utilizaram uma armadilha de luz onde os átomos são presos. Na segunda, removeram os átomos mais quentes para resfriar o sistema”.

Nessa técnica, os fótons do laser são absorvidos pelos átomos, fazendo com que eles atinjam um estado de energia mais alto.

Os átomos então emitem fótons e decaem espontaneamente de volta ao seu estado inicial. Como essa interação depende da velocidade dos átomos, repetir muitas vezes esse ciclo de absorção-emissão leva ao resfriamento dos átomos.

átomos frios
Físicos japoneses e americanos usaram átomos cerca de 3 bilhões de vezes mais frios que o espaço interestelar para abrir um portal para um reino inexplorado do magnetismo quântico

Recompensa gelada

“A recompensa de ficar tão frio é que a física realmente muda. A física começa a se tornar mais mecânica quântica e permite que você veja novos fenômenos”, comentou o coautor do estudo, Kaden Hazzard, do Departamento de Física e Astronomia da Universidade Rice.

Um dos locais mais conhecidos hoje pelos testes de baixa temperatura é o Laboratório de Átomos Frios (CAL, na sigla em inglês), localizado na Estação Espacial Internacional (ISS), que tem a vantagem de funcionar na microgravidade.

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