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Caso George Floyd: protestos desafiam toque de recolher; uma pessoa morreu

Ao menos 25 cidades, em 16 estados decretaram toque de recolher nos Estados Unidos em virtude dos protestos

atualizado

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Richard Tsong-Taatarii/Star Tribune via Getty Images
Manifestantes entram em conflito com a polícia durante uma manifestação contra a morte de George Floyd em Minneapolis
1 de 1 Manifestantes entram em conflito com a polícia durante uma manifestação contra a morte de George Floyd em Minneapolis - Foto: Richard Tsong-Taatarii/Star Tribune via Getty Images

Os protestos contra a morte de George Floyd, um homem negro, de 46 anos, asfixiado até a morte pelo policial Derek Chauvin em Minneapolis, na segunda-feira (25/05), seguem se espalhando pelos Estados Unidos neste domingo (31/05) e provocaram mais uma morte e deixaram outras pessoas feridas, entre manifestantes e policiais. Pelo menos 75 cidades, como Atlanta, registram manifestações violentas, segundo o The New York Times. A maioria decretou toque de recolher.

Além disso, a Guarda Nacional também foi ativada em cerca de 12 estados e no Distrito de Columbia. Todas as estradas intermunicipais e interestaduais que levam à cidade de Minneapolis foram interditadas. Centenas de manifestantes foram detidos.

Em Indianápolis, uma pessoa foi morta e outras três ficaram feridas quando um homem atirou em um protesto, informou a polícia. “Basta”, disse o chefe de polícia Randal Taylor em uma entrevista coletiva à noite, enquanto as sirenes tocavam ao seu redor. “Indianápolis, somos melhores que isso. Moradores que não moram no centro da cidade, pedimos para desocupar a área”.

Na Filadélfia, pelo menos 13 policiais foram feridos quando manifestantes atearam fogo a carros, quebraram janelas na prefeitura e saquearam lojas pelo centro da cidade, que também declarou toque de recolher.

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As autoridades também estavam investigando uma possível conexão com a morte de um oficial federal na Califórnia. O policial, um segurança contratado pelo Departamento de Segurança Interna, foi morto a tiros na frente de um tribunal federal em Oakland na noite de sexta-feira, 29, com manifestações violentas na cidade.

Ken Cuccinelli, vice-secretário interino do Departamento de Segurança Interna, chamou o ataque de “terrorismo doméstico”, mas o governador do estado alertou contra a conexão do ataque com os protestos.

O governador Gavin Newsom disse em comunicado que “ninguém deve se apressar em confundir esse ato hediondo com os protestos na noite passada”.

Nos outros locais, as pessoas foram mortas quando os protestos pacíficos caíram em violência.

As autoridades de Minneapolis na sexta-feira identificaram Calvin L. Horton Jr., 43 anos, como a vítima de um tiroteio do lado de fora de uma loja de penhores que foi saqueada na quarta-feira, 27.

Em Detroit, na sexta-feira, um jovem foi morto a tiros enquanto estava sentado em seu carro perto da Praça Cadillac, área invadida por centenas de manifestantes. A polícia disse que o atirador poderia ter conhecido e alvejado a vítima e usado o caos das manifestações como cobertura.

No sábado, 30, em Saint Louis, um homem foi morto depois que os manifestantes bloquearam a Interestadual 44, incendiaram e tentaram saquear um caminhão de transporte. O homem foi morto, disse a polícia, quando foi pego entre os dois trailers do caminhão enquanto o motorista tentava passar pelo protesto.

Desde o início da semana, os Estados Unidos registram manifestações, mas em diversas cidades americanas, de Nova York, Los Angeles a Chicago, os atos se intensificaram na sexta-feira com viaturas policiais queimadas e viradas de ponta-cabeça, ruas bloqueadas, prédios em chamas, lojas saqueadas e uma constante ‘troca’ de coquetéis molotovs, balas de borracha ou gás entre manifestantes e policiais.

Em resposta, o candidato democrata à presidência, Joe Biden, condenou a violência dos protestos contra a repressão policial, mas disse que os americanos têm o direito de se manifestar. “Protestar contra essa brutalidade é correto e necessário. É uma resposta totalmente americana”, disse Biden em comunicado. “Mas queimar propriedades da comunidade e destruí-las desnecessariamente não é. A violência que põe em risco vidas não é. A violência que destrói e fecha os negócios que servem a comunidade não é”, acrescentou o candidato.

Pelo menos 27 pessoas foram presas em protestos no sábado à noite em Seattle, no Estado de Washington. Já a polícia de Atlanta prendeu 70 pessoas , segundo John Chafee, porta-voz do Departamento de Polícia da cidade.

O governador da Califórnia, Gavin Newsom, declarou estado de emergência no Condado de Los Angeles, de acordo com comunicado do gabinete do governador, após receber um pedido da cidade e do condado para enviar membros da Guarda Nacional para ajudar a dispersar os protestos.

Em Ferguson, no Estado de Missouri, o departamento de polícia da cidade foi danificado e evacuado segundo um tweet do Departamento de Polícia do Condado de Saint Louis. Protestantes jogaram fogos de artifício, tijolos, pedras e garrafas contra policiais.

Diversas países do mundo como Japão, Canadá e Alemanha também se juntaram aos protestos nos Estados Unidos contra a morte de George Floyd. Em Berlim, na Alemanha, manifestantes se reuniram em frente à embaixada dos Estados Unidos no Portão de Brandemburg.

Caso Floyd

A morte de George Floyd causou uma onda de indignação depois da divulgação de um vídeo que mostra um policial branco ajoelhado no pescoço dele.

Floyd foi morto durante uma abordagem policial em Minneapolis na segunda-feira passada. O policial Derek Chauvin foi acusado formalmente na sexta-feira por assassinato em terceiro grau e morte imprudente. O agente aparece em um vídeo ajoelhando sobre o pescoço de Floyd durante oito minutos, enquanto a vítima grita: “Não consigo respirar!”, até perder a consciência.

Floyd era considerado suspeito pela polícia de utilizar uma nota falsa de US$ 20 em um supermercado da região. Segundo a legislação do Estado de Minnesota, o assassinato de terceiro grau é aquele em que a morte é causada de maneira não intencional, por um ato eminentemente perigoso. A pena para o crime é de até 25 anos de prisão.

No sábado, a esposa de Derek Chauvin, Kellie Chauvin, anunciou que vai se separar do policial. Em nota divulgada à imprensa, ela disse estar ‘devastada’ com o caso.

Outros casos

Em 2012, o adolescente Trayvon Martin, de 17 anos, que estava desarmado, foi morto por um vigilante voluntário que fazia patrulha em Sanford, no Estado da Flórida, quando seguia para a casa do pai.

A morte do menino provocou uma onda de debates nos Estados Unidos sobre racismo, autodefesa e justiça. Julgado por um tribunal da Flórida em 2013, George Zimmerman foi absolvido das acusações criminais.

Em 2014, a cidade de Ferguson enfrentou protestos violentos depois que Michael Brown, um adolescente negro de 18 anos, foi morto a tiros por um policial branco.

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