Mães usam redes de empreendedorismo para se reinventar

Movidas pelas mudanças após a chegada dos filhos, mulheres se articulam para buscar apoio e formação em empreendedorismo

Carolina Vicentin
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A maternidade é um processo tão transformador que, frequentemente, quem vira mãe acaba mudando a forma de se relacionar com o mundo. Foi o que aconteceu com a designer Camila Conti e a pedagoga Ana Laura Castro, criadoras da Maternativa, uma rede de empreendedorismo materno que articula mais de 15 mil mulheres em todo o Brasil.

Surgida a partir da necessidade pessoal de Ana Laura e Camila – que sabiam da costumeira falta de acolhimento do mercado de trabalho às recém-mães –, a Maternativa se configura em uma plataforma confiável para quem deseja vender ou comprar, mas vai muito além disso.

A rede oferece formação em empreendedorismo e encontros gratuitos com foco em networking. Também organiza campanhas para transformar a relação das mães com o mercado de trabalho e reúne dados sobre o perfil dessas empreendedoras.

A mais recente ação da rede é a campanha #MãesnaLuta, que, até o mês que vem, coletará depoimentos e reivindicações de mães em prol de políticas e práticas que as respeitem na sociedade. No Dia das Mães, a Maternativa vai publicar um compilado de informações sobre as principais demandas do público materno.

É também o empreendedorismo que move o coletivo Ocupa Maternas, formado por sete mulheres de Brasília. Além de organizar debates e feiras para divulgação dos itens que produzem, as Maternas realizam encontros bimestrais com mulheres da Estrutural. “Temos muitas semelhanças, compartilhamos os desafios da maternidade, mas elas vivem em um local de extrema vulnerabilidade social, cercadas por altos índices de violência e pobreza”, pontua a assistente social Isabella Kahn Stephan, uma das mães que participa do coletivo.

Nas oficinas com as companheiras da Estrutural, o Ocupa Maternas procura incentivar a criação de projetos pensados a partir da ótica da sustentabilidade. A proposta é que os encontros, hoje realizados a cada dois meses, ocorram mensalmente, assim como a grande feira de exposição, na qual todas apresentam seus produtos.

“Falamos de empreendedorismo, mas também sobre empoderamento feminino, desafios de ser mãe, direitos e prevenção à violência doméstica”, explica Isabella.

No próximo sábado (8/4), o Ocupa Maternas vai fazer uma feira pocket na Komboleria, da 106 Norte. Além dos produtos, vai ter uma roda de conversa sobre feminismo com a jornalista Jul Pagul, a partir das 14h.

E aí, vamos apoiar as mães?

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