Metrópoles testa precisão das balanças em self-services do Plano
O Metrópoles percorreu 16 estabelecimentos para descobrir se os consumidores são lesados pelos restaurantes. A maioria segue as regras, mas é preciso ficar atento para não ser enganado
atualizado
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Quem come diariamente em self-service por quilo corre o risco de, sem saber, pagar pela refeição mais do que devia. Uma série de fatores pode fazer com que a balança do restaurante, em certos casos, pese alguns gramas a mais, mesmo quando o prato é pesado vazio. Mas a boa notícia é que, numa amostra colhida pelo Metrópoles em estabelecimentos de Brasília, a maioria das balanças testadas mostrou estar calibrada da maneira correta. Porém, é preciso ficar alerta.
A reportagem percorreu 16 self-services do Plano Piloto – Alvorada (Rodoviária do Plano Piloto), Aspargus (309 Norte), Café do Ponto (201 Sul), Café com Café (302 Norte), Calamares (403 Norte), Damasco (403 Norte), Don’ Durica (115 Sul), Fogo de Lenha (202 Norte), Fry Chicken (403 Norte), Greens (302 Norte e 202 Sul), Itapuã (Rodoviária do Plano Piloto), Le Grand (202 Sul), Spice (201 Sul e 403 Norte) e Tainá (Conic).
Apenas em quatro deles constatou diferença – Alvorada, Greens 202 Sul, Tainá e Café com Café. Nesses casos, o visor da balança indicou, em média, R$ 0,20 a mais quando o prato vazio foi pesado. Em um deles, a diferença chegou a R$ 0,50.
Questionados sobre as alterações na balança, proprietários e gerentes responderam que a variação é comum, porque “não existem pratos exatamente com o mesmo peso”. “É impossível para o fabricante fornecer todos os pratos iguais”, explicou Wellington Almeida, dono de um dos estabelecimentos.Diferença tolerada
De fato, essa é uma variação aceitável para o Instituto Nacional de Metrologia, Normalização e Qualidade Industrial (Inmetro). Segundo a Portaria 97/2000, a tolerância admitida é de 2g para mais na tara de um prato com peso igual ou inferior a 200g, e de 5g para mais, nas taras de valor superior a 200g.
Outros fatores, como superfície irregular, balança instalada próxima ao ventilador e a pouca precisão do instrumento de pesagem, também podem influenciar no peso dos pratos. Alguns estabelecimentos, porém, utilizam dessas facilidades permitidas na legislação para obter vantagens.
Menos vigilância
Em um dos restaurantes da Rodoviária, um prato pesava originalmente 696g, mas na tara marcada na balança era de 686g. Ou seja, o consumidor pagava por 10g a mais. Nesse mesmo estabelecimento foram testados cinco pratos diferentes e nenhum deles teve valor igual a zero. Alguns chegaram a cerca de R$ 0,50.
Segundo o Inmetro, órgão responsável pela fiscalização e autuação dessas práticas abusivas, devido a cortes no orçamento e na equipe de rua, a vigilância sobre os restaurantes caiu consideravelmente.
Assim, recomenda-se ao cliente que — mesmo em um momento corrido do dia, como é a hora do almoço em um self-service — compare as taras expostas nas paredes do local com as da balança, observe o lugar onde está situado o equipamento de pesagem e, se possível, pese o prato ainda sem alimentos.