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Nádima Skeff, técnica de 30 anos do DF, assumirá o América-MG

Ela tem no currículo rodagem internacional, passagem pelas seleções de base como jogadora e conversa com a comandante da Seleção Brasileira

atualizado

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Patricy Albuquerque/Minas Brasília
Nádima Skeff é a nova técnica do América-MG
1 de 1 Nádima Skeff é a nova técnica do América-MG - Foto: Patricy Albuquerque/Minas Brasília

A brasiliense Nádima Skeff acaba de ser contratada para comandar o América-MG feminino, um dos gigantes de Minas Gerais. Aos 30 anos, ela embarca nos próximos dias para Belo Horizonte – a depender da melhora do cenário da pandemia – para sua primeira experiência como técnica de um time brasileiro. Mas quem pensa que a inexperiência será obstáculo pode se surpreender.

Apesar da pouca idade para treinadora, Nádima carrega no currículo rodagem internacional, passagem pelas seleções de base como jogadora, conversa sobre futebol com ninguém menos que Pia Sundhage, técnica da Seleção Brasileira, e tem espírito de liderança. Esse perfil foi exatamente o que chamou a atenção do América-MG.

“Não tenho nenhum problema (com a pouca idade). A maior parte do grupo é jovem, média de 20 anos, uma ou outra atleta mais velha do que eu. Mas já percebi que são atletas muito boas, que buscam crescimento profissional, querem vencer, crescer… A energia do clube é muito boa. No Minas, em vários momentos em que eu estava liderando tinha atleta com 40 anos e não tinha problema. Independentemente de idade ou sexo, pessoas buscam informação. Se você consegue traduzir essa informação, se o seu argumento vira resultado, não interessa idade ou sexo”, diz Nádima.

No início de março, ela foi aprovada no processo seletivo para o curso B de formação de técnicos da CBF, que requer uma série de exigências. Para a brasiliense, esse foi um fator determinante para receber propostas. “Após minha entrada nesse curso, as portas começaram a se abrir. É um ambiente muito bom, no qual estou aprendendo bastante, com muita gente qualificada. É difícil atender aos requisitos, para se ter uma ideia, a minha turma tem 60 pessoas, só quatro mulheres”, conta Nádima.

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A nova técnica do América também realizou cursos de capacitação de treinamento – FA Level 2 and Level 1 – promovidos pela Federação Inglesa de Futebol. Sua formação acadêmica inclui ainda o bacharelado em Ciências da Saúde, pela Armstrong State University (Savannah, EUA), mestrado em Cinesiologia com foco em Nutrição Esportiva na Georgia Southern University (Statesboro, EUA) e mestrado – em andamento – em Educação, Liderança e Educação de Adolescentes pela Rhode Island College (Providence, EUA).

Preleção famosa e parceria com Pia

A brasiliense ficou conhecida nacionalmente após o vídeo de uma preleção no Minas Brasília ter viralizado. Nele, a então auxiliar técnica aparece no centro do grupo e brada: “Mulher brasileira jogando futebol nasceu para ser corajosa, nasceu para ser aguerrida, nasceu para todo dia provar para alguém que você é capaz”.

O perfil de liderança é o que tem aberto ainda mais portas para Nádima, a ponto de ter a aproximado de Pia Sundhage, algo que é mantido quase em segredo. No início do mês, ela passou três dias na companhia da técnica da Seleção Brasileira, que esteve em Brasília. Ao lado da auxiliar Bia Vaz, com quem tem amizade, elas visitaram pontos turísticos da capital e aproveitaram para colocar o papo em dia.

“A gente conversa de tudo e, nas oportunidades que ela dá, a gente conversa sobre futebol, principalmente na parte de liderança. Eu gosto muito disso, ela sabe muito disso. É uma amiga de trabalho. A experiência que tive na Dinamarca também nos aproxima. É algo bem legal”, descreve Nádima.

Objetivos na temporada

O América irá disputar três competições nesta temporada. O Brasileiro A2 é o principal deles, mas o Campeonato Mineiro e o Sub-18 nacional também são importantes no calendário. Por causa da pandemia do novo coronavírus, ainda não há data exata para o início, mas antes de pensar nos objetivos dentro de cada uma delas, Nádima está focada na preparação.

“Minha maior preocupação agora é encontrar formas de o time entender os valores, achar formas para que a comissão, o clube e as jogadoras comprem a minha ideia. A partir dos treinos, do conhecimento que vamos ter um dos outros, vamos evoluir e buscar nossos objetivos.”

Os treinos do futebol feminino ocorre em local diferente de onde Lisca, técnico do time masculino, comanda suas atividades. Mas, às vésperas de iniciar o trabalho, Nádima brinca que pode se inspirar um pouco no companheiro de time. “Tomara que não (me chamem de doida), mas a personalidade é parecida. Tem um pouco de loucura dentro de mim. Louquinha e doidinha foram alguns apelidos meus quando pequena (risos)”, brinca a brasiliense.

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