Como estão os times do DF após dois meses sem futebol? Veja.
A competição foi paralisada em 15 de março e os clubes aguardam a posição das autoridades. Muitos mantiveram elenco e houve demissões
atualizado
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O Campeonato Candango está paralisado desde 15 de março. Assim como em outros estados, a pandemia do novo coronavírus provocou o adiamento da competição por tempo indeterminado. Bem distante das cifras milionárias do eixo Rio-São Paulo e passados dois meses de hiato do futebol, como estão os oito clubes do DF que permanecem na disputa?
O Metrópoles consultou Gama, Brasiliense, Real, Formosa, Taguatinga, Capital, Luziânia e Sobradinho. Ao contrário do que se imagina, a receita de cortes e demissões adotadas por gigantes como Flamengo e Corinthians não foi seguida na capital.
A nota triste fica por conta do Formosa. Quarto mais bem classificado na primeira fase, o time se viu obrigado a “dispensar” todo o elenco no último dia 30. Os jogadores chegaram ao fim de contrato e aguardam decisão sobre a volta do futebol para saberem se serão ou não recontratados.
Gama (Weber Magalhães, presidente)
Volta do futebol: “Não adianta precipitar. Essa pandemia está acima do futebol. Todos querem voltar, mas tem que ser com tranquilidade.”
Manutenção do elenco: “Nossos jogadores têm contrato até o fim do ano.”
Salário dos jogadores: “O que veio da CBF (R$ 120 mil), passamos tudo para jogadores e funcionários. Não chegamos a negociar redução salarial, mas a dificuldade para pagar existe. Também não precisamos demitir funcionários”.
Treinos em casa: “Estão treinando em casa. Conversam com os preparadores e mantêm o preparo.”
Brasiliense (Luiza Estevão, presidente)
Volta do futebol: “O Brasiliense segue as orientações das autoridades de saúde. A esperança é de que o futebol volte o mais rápido possível, mas isso desde que fique tudo bem, esteja seguro.”
Manutenção do elenco: “O elenco todo foi mantido. Fizemos algumas mudanças, mas em decorrência da temporada, não do coronavírus.”
Salário dos jogadores: “Não houve corte de salário, nenhuma negociação desse tipo.”
Treinos em casa: “Mantivemos um regime de treinos em casa, reuniões on-line.”
Real Brasília (Luiz Felipe Belmonte, presidente)
Volta do futebol: “Deve voltar quando houver condições de segurança de saúde. Mas também não pode ser algo tão prolongado, que inviabilize a existência dos clubes. Nós até temos uma condição de sustentar um pouco mais.
Manutenção do elenco: “Nós recuperamos três titulares importantes, então isso já reforçou o elenco. Além disso, contratamos mais três jogadores. Não renovamos com outros três ou quatro, mas foram opções técnicas”.
Salário dos jogadores: “Até agora, graças a Deus, não cortamos o salário de ninguém. Mas se houver um prolongamento mais extenso, não sei como será.”
Treinos em casa: “Fizemos roteiros de nutrição e atividade física para os jogadores. Isso tem sido acompanhado pela comissão técnica.”
Formosa (Henrique Botelho, presidente)
Volta do futebol: “O Formosa defende a retomada da competição e propõe que os jogos sejam realizados com 20% da capacidade de cada estádio, com os torcedores devidamente portando máscaras, e tendo as mãos higienizadas na entrada e saída dos estádios.”
Manutenção do elenco: “Os atletas foram liberados para retornarem às suas casas.”
Salário dos jogadores: “Não houve cortes, porém os contratos foram rescindidos. Cerca de 40 profissionais foram demitidos.”
Treinos em casa: “No início da paralisação foi montada, pela equipe de preparação física, uma programação de treinos individuais para que os atletas pudessem executar em casa. No entanto, com o aumento do período de inatividade, a manutenção dessa rotina de treinos se mostra inviável e infrutífera.”
Capital (Godofredo Gonçalves Filho, presidente)
Volta do futebol: “Acreditamos que o pico ainda não chegou, mas com medidas adequadas, a gente consegue retomar o campeonato com portões fechados, minimizando o risco de contaminação.”
Manutenção do elenco: “Todo o elenco foi mantido”.
Salário dos jogadores: “Fizemos negociações salariais para continuar viável o pagamento da folha. Teve jogador com corte de 5%, e vai ter jogador com corte de 70% na receita mensal. Além disso, não fizemos nenhuma dispensa, mas temos um planejamento de dois meses. Se a situação não evoluir, a partir daí, tomaremos outras previdências e veremos outras estratégias.”
Treinos em casa: “Treinando em casa, com nossa orientação. Eles recebem os treinos em um grupo de WhatsApp e nós fazemos o acompanhamento.”
Luziânia (Bruno Mesquita, diretor de futebol)
Volta do futebol: –
Manutenção do elenco: “Mantivemos todo o elenco.”
Salário dos jogadores: “Tivemos que renegociar o salário com alguns.”
Treinos em casa: “Estão todos treinando individualmente, supervisionado pelo preparador físico, mas infelizmente sabemos que não é a mesma coisa.”
Procurado pela reportagem, o presidente do Taguatinga, Edmilson Marçal, informou “não ter como responder no momento”. Já o presidente do Sobradinho, Jean Devós, não foi localizado.