Blatter: separar potenciais finalistas da Copa em sorteio era “normal”
Ex-presidente da Fifa insistiu ser uma prática regular colocar o anfitrião e o então campeão do mundo em grupos que não se cruzariam
atualizado
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Responsável por organizar o sorteio da Copa do Mundo de 1998, o ex-presidente da Fifa Joseph Blatter contestou a versão de seu adversário político, Michel Platini, sobre as manobras para garantir que a França não cruzasse com o Brasil antes da final, há 20 anos.
“Foi absolutamente normal”, disse Blatter. O Mundial de 1998 era sua quinta Copa como secretário-geral da Fifa, posto no qual tinha a responsabilidade de lidar com todos os detalhes do evento.Em declarações à agência de notícias The Associated Press, o suiço insistiu que era uma prática regular da entidade naquele momento colocar o anfitrião e o então campeão do mundo em grupos que não se cruzassem, para eventualmente criar uma final de “sonhos”. O Brasil, em 1998, chegava ao Mundial com status de ter sido campeão em 1994.
Em entrevista para uma rádio francesa, Platini indicou que, na condição de presidente do Comitê Organizador da Copa 1998, Blatter manobrou para a França e o Brasil não estarem em grupos que pudessem se chocar antes da final. Segundo o francês, o calendário foi organizado justamente com esse objetivo.
Nos documentos internos da Fifa, consultados pelo Estado, de fato já estava claro antes mesmo do sorteio o Brasil ser do Grupo A e a França, do C. “Estou muito surpreso que Platini tenha saído para dizer isso”, afirmou Blatter.
“Não houve nenhum ‘magouille’,” disse o suíço, usando a o termo em francês adotado por Platini para descrever a manipulação que diz ter sido operada. Para Blatter, porém, o termo implicaria também uma espécie de “corrupção”. “Mas não há nada de estranho”, completou.
Tanto Blatter como Platini foram afastados do futebol, depois de um escândalo que revelou como ambos mantiveram relações financeiras obscuras durante o período no qual o suíço presidiu a Fifa.