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Após problema cardíaco, Muricy diz que deve deixar de ser treinador

O técnico foi desligado do Flamengo na semana passada após uma arritmia cardíaca, que chegou a levar a uma internação no dia 17 de maio

atualizado

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EVELSON DE FREITAS/ESTADÃO CONTEÚDO/
Muricy
1 de 1 Muricy - Foto: EVELSON DE FREITAS/ESTADÃO CONTEÚDO/

Um dos técnicos mais vencedores do País neste século, Muricy Ramalho deve abandonar a carreira. Desligado do Flamengo na semana retrasada por conta de uma arritmia cardíaca, o treinador admitiu nesta quarta-feira (8/6) que os problemas de saúde recentes provavelmente o afastarão da profissão de forma definitiva.

“Não tenho nada grave, mas a tendência, realmente, é que eu não volte mais a ser treinador”, declarou em entrevista à Rádio Jovem Pan. “Estou vivendo um pouco com a família. Tive um probleminha sério novamente. Não é nada grave, muita gente tem a arritmia, mas quando ela começa a se repetir, aí sim ela se torna perigosa.”

Muricy foi internado no último dia 17 de maio no Rio. Depois de sentir-se mal durante a tarde, realizou exames que indicaram um quadro de fibrilação arterial, uma espécie de arritmia cardíaca. Atualmente, está em casa, descansando, e não corre qualquer risco, mas as exigências físicas e emocionais da carreira de técnico devem afastá-lo definitivamente da função.

“O meu problema é stress, é emocional, e eu não tenho jeito de me acalmar, de ser mais ou menos. Eu sou um cara muito intenso no que faço. Sei que outras pessoas conseguem controlar isto, mas não é o meu caso. A pior função é a de técnico. É muito duro, difícil. O cara não ganha jogo, ele só perde. Ele não fica feliz, só aliviado. A tendência é que eu passe a trabalhar em outras funções”, comentou.

O vitorioso treinador já adiantou que não trabalhará mais até o fim do ano e aproveitará para passar mais tempo com a família. A partir daí, no entanto, até admite a possibilidade de voltar ao futebol, desde que seja em outro cargo. “A função que caberia bem seria a de coordenador técnico, supervisor técnico. De fazer a ligação entre a diretoria e a comissão técnica de um clube”, argumentou, antes de explicar os motivos.

“Acho que caberia bem porque eu teria a experiência de avaliar o treinador e auxiliá-lo no que fosse possível. Esse é um trabalho que me agrada. Claro que teria de ter um pouco de autonomia, porque no Brasil é raro que isso aconteça, e óbvio que haveria muito trabalho, mas seria muito menos desgastante que o de técnico.”

O quadro de Muricy assustou ainda mais por que esta não foi a primeira vez que o treinador sofreu um problema cardíaco. Em setembro de 2014, ele passou mal durante um treino do São Paulo e ficou internado por quatro dias em um hospital na cidade com um quadro de arritmia. A partir de então, passou a ser monitorado pelos médicos são-paulinos, que passaram para os profissionais do Flamengo informações sobre o histórico do treinador.

Já em 2015 o treinador ficou afastado por quase todo o ano por causa de uma diverticulite, uma inflamação no intestino grosso. O treinador já se afastou do trabalho, em outros momentos da carreira, também por pedra no rim (no São Paulo, em 2009) e hérnia de disco (no Santos, em 2011), além de outra diverticulite (também no Santos, em 2013).

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