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COI admite que Brasil pode ter comprado votos para sediar Olimpíada

A nova postura do COI foi interpretada por dirigentes da entidade como um sinal claro de que está abandonando o COB

atualizado

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PAULO CARNEIRO/AGÊNCIA O DIA/AGÊNCIA O DIA/ESTADÃO CONTEÚDO
POLÍCIA FEDERAL REALIZA OPERAÇÃO UNFAIR PLAY PARA INVESTIGAR COMPRA DE VOTOS NA RIO 2016
1 de 1 POLÍCIA FEDERAL REALIZA OPERAÇÃO UNFAIR PLAY PARA INVESTIGAR COMPRA DE VOTOS NA RIO 2016 - Foto: PAULO CARNEIRO/AGÊNCIA O DIA/AGÊNCIA O DIA/ESTADÃO CONTEÚDO

Às vésperas de seu congresso anual em Lima, no Peru, o COI abriu pela primeira vez uma brecha para reconhecer que votos podem ter sido comprados para sediar Jogos Olímpicos no passado. Pressionado pelas investigações sobre o Rio de Janeiro, a entidade declarou nesta segunda-feira (11/9) que já agiu sobre as suspeitas e que vai pedir informações para a Justiça brasileira

“O Comitê Executivo do COI reafirma hoje que é claro que violações ocorridas no passado também serão tratadas”, disse a entidade, por meio de um comunicado emitido em Lima. Com relação às investigações sobre o ex-presidente da IAAF (Associação Internacional de Federações de Atletismo, na sigla em inglês), Lamine Diack, e seu filho, procuradores franceses declararam que existem indícios de que pagamentos foram feitos em troca de votos “sobre a designação de cidades-sedes para os maiores eventos esportivos do mundo”.

Lamine Diack está no centro do escândalo desde que procuradores franceses e brasileiros identificaram pagamentos em seu nome a partir de operadores da campanha do Rio de Janeiro. Entre os suspeitos está Carlos Arthur Nuzman, presidente do Comitê Rio-2016 e do Comitê Olímpico do Brasil (COB) e considerado pelo presidente do COI como seu “grande amigo”, o alemão Thomas Bach.

A nova postura do COI foi interpretada por dirigentes da entidade como um sinal claro ao COB de que o está abandonando e que não mais o protegerá. Quando Carlos Arthur Nuzman pediu mais dinheiro ao COI para preencher o rombo financeiro dos Jogos de 2016, a entidade em Lausanne, na Suíça, também havia se recusado a fazer um novo pagamento.

“Neste contexto, no que se refere aos votos para as cidades-sedes dos Jogos Olímpicos no passado, o COI tomou ação imediata”, garantiu a entidade. “O COI passou a fazer parte como parte civil há mais de um ano”, acrescentou. Na última sexta-feira (8/9), reportagens mostraram que o COI já sabia das suspeitas antes mesmo dos Jogos do Rio-2016. “Assim que evidências foram produzidas contra Lamine Diack, ele perdeu seu cargo de membro de honra da entidade, em novembro de 2015”, disse.

O COI diz que a sua Comissão de Ética também pediu, por meio de seus advogados brasileiros, para fazer e manter contato com as autoridades judiciais do Brasil sobre a mais recente investigação de corrupção sobre o voto de 2009 para a escolha dos Jogos de 2016. A meta desse contato seria o de “pedir informação”. “O Comitê de Ética está acompanhando o caso”, declarou. “Quando evidências forem prestadas, iremos agir”, prometeu.

A declaração do COI vem em meio a uma avalanche de críticas, inclusive de seus membros, diante da falta de uma ação da entidade. O canadense Richard Pound, um dos dirigentes mais influentes do movimento olímpico, cobrou do presidente Thomas Bach uma ação mais dura no que se refere ao Rio. Nos bastidores, a entidade teme a perda de patrocinadores e mesmo um arranhão em sua reputação, que seria a pior crise de credibilidade em décadas.

O COI afirma ainda que está “totalmente comprometido em proteger a integridade dos esportes” e que novas regras para candidatos entraram em vigor como parte de uma reforma da entidade. “Como qualquer organização, o COI não está imune a violações das regras, mas fortalecemos de forma significativa o sistema de prevenção e de sanções”, afirmou.

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