Brasileira conquista o ouro e faz história no Mundial de Esgrima
Após passar por quatro fases antes da decisão, Nathalie Moellhausen derrotou a chinesa Sheng Lin por 13 a 12, no Golden Score
atualizado
Compartilhar notícia
Pela primeira vez na história, o Brasil tem uma campeã mundial. Nesta quinta-feira (18/07/2019), em um dia perfeito, a italiana naturalizada brasileira Nathalie Moellhausen, 33 anos, conquistou a inédita medalha de ouro no individual de espada feminino do Mundial que está sendo disputado em Budapeste, na Hungria. Após passar por quatro fases antes da decisão, ela derrotou a chinesa Sheng Lin por 13 a 12, no Golden Score.
Ao conquistar o inédito ouro para o Brasil, Nathalie Moellhausen vibrou muito. Na comemoração, beijou a tatuagem que tem no pulso esquerdo, aos prantos. “Foi isso mesmo! Eu tenho uma tatuagem dedicada a ele. O meu pai foi a pessoa que mais acreditou em mim todos esses anos, que mais me incentivou a chegar tão longe”, disse. A atleta de espada homenageou o alemão Philippe, que faleceu no ano passado, aos 63 anos.
Em partida emocionante e muito tensa, a decisão do título mundial ficou apenas para a prorrogação. Após os três períodos, ambas se alternaram na liderança, mas o placar ficou no 12 a 12. Com pouco mais de 40 segundos restantes, Nathalie, que ocupa a 22ª colocação do ranking, conseguiu o toque que garantiu o ouro contra a chinesa, atual número 13.
Muito emocionada após a vitória, a brasileira chorou bastante, abraçou o seu técnico e festejou ao lado de vários compatriotas, que invadiram o local de competição e até a jogaram para cima para comemorar o feito inédito na modalidade. Nascida na Itália, Nathalie é filha de mãe brasileira com pai alemão. Tem dupla cidadania e, antes de competir pelo Brasil, a partir de 2012, defendia a seleção italiana.
Para chegar à final, a brasileira percorreu um longo caminho. Na primeira etapa classificatória de grupo, as chamadas poules, realizada na última segunda-feira (15/07/2019), fez seis duelos e venceu todos contra a russa Violetta Khrapina, a iraniana Paria Mahrokh, Hsieh Kaylin Sin Yan, de Hong Kong, a venezuelana Eliana Lugo, a argentina Tamara Chwojnik e a cazaque Vladislava Andreyeva.
Classificada à fase final, entre as 64 melhores do mundo, passou na fase de classificação pela polonesa Renata Knapik-Miazga, por 15/12, e pela chinesa Mingye Zhu, por 15/10. Nas quartas de final, começou a fazer história, ao garantir a primeira medalha para o Brasil em um Mundial de Esgrima, com o triunfo sobre Lis Rottler, de Luxemburgo, por 11/10, no Golden Score, beneficiada pelo uso do VAR, que corretamente anulou um ponto dado à sua adversária.
Após passar pelas quartas de final, Nathalie pegou Man Wai Vivian Kong, de Hong Kong, terceira do ranking mundial, e venceu com autoridade por 15/11 para depois ser campeã mundial contra a chinesa Sheng Lin.
O próximo desafio da brasileira será nos Jogos Pan-Americanos de Lima. Na capital peruana, daqui duas semanas, ela vai defender as medalhas de bronze obtidas tanto no individual quanto por equipes para o Brasil, em 2015, durante a competição em Toronto, no Canadá.