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Corpo de Elza Soares é enterrado no Cemitério Jardim da Saudade, no RJ

Elza Soares morreu aos 91 anos, de causas naturais; cantora foi enterrada por volta das 17h30 em Sulacap, na zona oeste do Rio

atualizado

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Aline Massuca/Metrópoles
Velório de Elza Soares 2
1 de 1 Velório de Elza Soares 2 - Foto: Aline Massuca/Metrópoles

Rio de Janeiro – No fim da tarde desta sexta-feira (21/1), familiares e amigos enterraram a eterna Elza Soares. Voz, potência, defensora de causas raciais, LGBTs e dos direitos da mulher, a cantora deixa uma legião de fãs aos 91 anos.

“Elza respondia com beijo todas as agressividades. O preconceito racial, a LGBTfobia, a violência doméstica. Ela respondia com força, com protesto, mas com beijo e com amor. Ela ensinou esse país a amar. E esse país demorou a reconhecer a Elza Soares. Foram muitos anos”, declarou Pedro Loureiro, empresário da cantora.

O corpo de Elza, que morreu na tarde dessa quinta-feira (20/1), chegou no Theatro Municipal, no centro do Rio, por volta das 7h da manhã e foi velado por familiares a partir das 8h. Fãs tiveram espaço para o adeus entre 10h e 14h.

Em seguida, saiu para cortejo, com passagem pela Avenida Atlântica, em Copacabana, na zona sul do Rio, bairro onde Elza morou. O enterro aconteceu por volta das 17h,30 no cemitério Jardim da Saudade, em Sulacap, na zona oeste da cidade.

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Velório

Em meio a muita comoção, músicas em homenagem à cantora e histórias sobre sua vida, uma certeza: Elza Soares deixou um legado para o povo brasileiro, a força e a perseverança.

Para Kauã Santos, de 18 anos, Elza é motivo de inspiração. “Se hoje tenho meu cabelo grande, se eu canto, é por causa dela. Ela me ensinou a não desistir, a ter garra, a lutar pelo que eu quero”, afirma. “A voz de Elza Soares não se calará nunca”, completa.

Fã da cantora, a cabeleireira Marizette Pio, de 74, diz ter reunido forças para participar do velório de Elza: “Eu tenho certeza que a alma dela vem agradecer as pessoas. Tenho certeza disso”, assegura.

“O legado é a força dela, principalmente, para o povo negro, que é muito maltratado. Elza foi muito sofredora e ajudou muito também. Cooperou com o povo negro e LGBT, sempre foi uma excelente pessoa”, declara cabeleireira.

O aposentado Paulo Cezar, de 76, conta que a admiração pela cantora era coisa de família. Ele e sua filha Cristina, que faleceu há 10 anos, quando tinha apenas 28 anos, sempre foram “fãs incondicionais” de Elza.

“Se minha filha estivesse viva, tenho certeza de que estaria aqui. A gente considera ela parte da família. Para minha filha, uma tia. Uma pessoa muito boa e caridosa. Fazia muita caridade para pessoas necessitadas”, relata.

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Sonhos realizados 

Elza Soares realizou todos os sonhos profissionais que tinha e quase todos os pessoais. Aos 91 anos, a cantora deixou um DVD, um disco e dois documentários prontos. Além de ter uma turnê programada até novembro e um show marcado para o Rock in Rio deste ano.

“O único projeto que Elza não conseguiu ver está aqui do lado, é essa menina, Maria Eduarda, sua bisneta. Ela ia lançar a Maria Eduarda como cantora. Não deu tempo, mas ela vai ser lançada, e a Elza vai ver lá de cima esse projeto que ela tava trabalhando tanto”, afirma o empresário da cantora.

O novo DVD de Elza Soares ficará pronto em março, em celebração ao Dia Internacional da Mulher. Intitulado “Elza ao vivo no Municipal”, esse era o último DVD que a cantora queria para a carreira e foi gravado um dia antes de sua morte, na quarta-feira (19/1).

“Era um desejo dela um DVD com todos os clássicos da carreira, as maiores músicas dela”, conta Loureiro.  

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