O clássico “Grande Sertão: Veredas” ganhará nova versão em inglês
A australiana Alison Entrekin, radicada em Santos, trabalha na versão. Duas editoras estrangeiras estão interessadas
atualizado
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O Itaú Cultural vai patrocinar o projeto da tradutora Alison Entrekin — australiana radicada em Santos — de verter ao inglês e publicar “Grande Sertão: Veredas”. Alison é uma das tradutoras mais populares quando o assunto é literatura brasileira contemporânea em inglês.
A australiana já trabalhou com obras de Paulo Lins, Cristovão Tezza e Clarice Lispector. Ela estava há mais de um ano buscando apoio financeiro para a empreitada — nada fácil, levando em conta a densidade e a riqueza do texto.
Duas editoras já manifestaram interesse: a Alfred A. Knopf, de Nova York (que publicou uma contestada tradução do livro, em 1963), e a Harvill Secker, de Londres, do grupo Penguin Random House.
“Quero que o leitor do inglês seja seduzido pelas palavras e que consiga projetar um livro imaginário, porque a transposição regional é uma das impossibilidades da tradução”, explica Alison. O livro se passa num sertão meio real (entre Minas Gerais e Bahia), meio imaginado.
“A salvação da pátria é o neologismo. O brasileiro lê e não sabe bem se as palavras e expressões são coisas reais ou se foram criações. Vou tentar recriar esse enigma em inglês.”
O anúncio do apoio será feito nesta quarta-feira (9/11), na primeira mesa do seminário Conexões — que ocorre este ano ao mesmo tempo em que o Encontros de Interrogação, ambos na sede do Itaú Cultural, em São Paulo.