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Jaime Sautchuk reconta histórias de Bernardo Élis por meio de causos

O jornalista lança, neste sábado (12/5), o livro O Causo Eu Conto – Sobre Bernardo Élis e o Brasil Central

atualizado

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1 de 1 Untitled14 - Foto: Divulgação

Dois episódios com o escritor goiano Bernardo Élis marcaram o jornalista Jaime Sautchuk. Um deles, no final dos anos 1980, quando procurou o autor para pedir autorização de uso do conto A Enxada em um documentário sobre o assentamento de terras no Pontal do Paranapanema, durante o governo de Franco Montoro.

“Resolvi usar o conto para tratar do campo atrasado se contrapondo à agricultura moderna praticada nos assentamentos do Pontal e ele abriu mão dos direitos ao saber que se tratava de um documentário favorável à reforma agrária”, lembra.

Tempos depois, no início de 1997, durante um voo entre Brasília e Rio de Janeiro, o jornalista teve a sorte de sentar ao lado de Élis quando, lá pelas tantas, perguntou se tinha alguma coisa na vida que lhe causava arrependimento. Franzindo o rosto e passando as mãos nos cabelos já parcos disse quase solene: “Sim. Foi entrar para a Academia Brasileira de Letras”, respondeu.

As duas histórias estão no livro O Causo Eu Conto – Sobre Bernardo Élis e o Brasil Central (Geração Editorial). A obra, escrita por Sautchuk e lançada neste sábado (12/5), às 16h, na Banca da Conceição (308 Sul), é uma viagem no tempo pelas pradarias do Goiás profundo durante o século 20. O ponto de partida é a trajetória de um de seus mais representantes literatos, o escritor Bernardo Élis.

“É um bom quinhão de história do Brasil”, comenta o autor, em entrevista ao Metrópoles. “O Centro-Oeste tem um passado muito rico e triste ao mesmo tempo. Tudo ainda muito presente, vivo, nesses causos goianos”, diz, explicando o título do livro.

Ressonâncias históricas e culturais
Neto de imigrante ucraniano que chegou ao interior de Santa Cantarina por volta de 1880, ainda no reinado de Pedro ll, desde os 18 anos Jaime Sautchuk tem uma relação intensa com o Brasil Central, quando começou a trabalhar como repórter do Diário de Brasília. Essa conexão o motivou a escrever e lançar em 2014, a história de uma das maiores sagas realizadas na região no final do século 19, a expedição Cruls.

Em “O Causo Eu Conto”, a vida e obra do escritor, Bernardo Élis, servem de pano de fundo para colocar o leitor a par das situações sociais e politicas que motivaram o surgimento da literatura regionalista goiana a partir da escrita e impressões pessoais e sensoriais de nomes como José J. Veiga e Bernardo Élis. São seis capítulos concisos, mas cheios de ressonâncias históricas, comportamentais e culturais.

A figura imponente dos coronéis da região fomentada pelas oligarquias locais, a presença do movimento comunista em Goiás, do qual Bernardo Élis fazia parte, a passagem da Coluna Prestes pelo Centro-Oeste, as primeiras manifestações de reforma agrária com a criação da Colônia Agrícola Nacional de Goiás, a criação de Goiânia, a relação de Élis com a elite literária brasileira, a angústia de ser um imortal, num pleito no qual venceu ninguém menos do que JK.

Não há melhor maneira de conhecer a história de um país, seu povo, suas raízes do que por meio de livros ou da própria história dos autores destes “causos”.

O Causo eu Conto – Sobre Bernardo Élis e o Brasil Central
De Jaime Sautchuk Editora: Geração Editorial, 178 páginas, R$ 42

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