Dia da Consciência Negra: quatro livros sobre o racismo no Brasil

Autores negros como Carolina Maria de Jesus e Conceição Evaristo deixaram obras que se tornaram clássicos do mercado literário brasileiro

Raquel Martins Ribeiro
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Nesta quarta-feira (20/11/2019), celebra-se o Dia Nacional da Consciência Negra. Mais que uma comemoração, a data serve para reverenciar a memória de homens e mulheres que lutaram, e, ainda lutam, contra os reflexos do racismo estrutural no Brasil.

Ao longo dos anos, escritores são responsáveis por denunciar o preconceito e a opressão da qual o povo negro é vítima. De Quarto de Despejo – Diário de Uma Favelada, de Carolina Maria de Jesus, ao texto contemporâneo Quem Tem Medo do Feminismo Negro, de Djamila Ribeiro, os livros são ferramentas valiosas no combate ao racismo.

 

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Carolina Maria de Jesus — Nascida em 14 de março de 1914, em Sacramento, Minas Gerais. Carolina começou a frequentar a escola aos 7 anos, quando aprendeu a ler e tomou gosto pelos livros. Aos 33, mudou-se para a favela do Canindé, zona norte de São Paulo. Trabalhava como catadora de papel e, nas horas vagas, registrava o cotidiano da comunidade em cadernos que encontrava entre o material que recolhia. Um desses diários deu origem a seu primeiro livro, Quarto de Despejo — Diário de Uma Favelada, publicado em 1960. O trabalho virou best-seller, foi vendida em 40 países e traduzida para 16 idiomas. Três anos depois, publicou Provérbios e o romance Pedaços de Fome
Conceição Evaristo, escritora
Ela é escritora, acadêmica brasileira e feminista.
Lázaro Ramos — Conhecido por suas atuações na TV, cinema e teatro, em 2017, o ator apresentou aos fãs outra faceta, a de autor de livros. Movido pelo desejo de viver num mundo em que a pluralidade cultural, racial, étnica e social seja vista como um valor positivo, e não uma ameaça, Lázaro Ramos divide com o leitor suas reflexões sobre temas como ações afirmativas, gênero, família, empoderamento, afetividade e discriminação. Ainda que não seja uma biografia, em Na minha pele Lázaro compartilha episódios íntimos de sua vida e também suas dúvidas, descobertas e conquistas

Pensando nisso, o Metrópoles listou quatro títulos literários cruciais para entender melhor os pleitos e o porquê da importância da militância por igualdade racial no Brasil. Confira:

Quarto de Despejo, de Carolina Maria de Jesus. Relançado pela Editora Atica, 200 páginas. Preço médio: R$ 45
Quarto de Despejo, de Carolina Maria de Jesus

Carolina Maria de Jesus era uma mulher anônima até o lançamento de Quarto de Despejo — Diário de uma Favelada, em agosto de 1960. Moradora da favela do Canindé, Zona Norte de São Paulo, Carolina era catadora de material reciclável. Nas horas vagas, registrava o cotidiano da comunidade em cadernos que encontrava entre o lixo que recolhia. Dos textos despretensiosos surgiu o primeiro livro, sucesso, em especial, pelo olhar original, de dentro para fora, sobre o dia a dia do morro. O trabalho virou best-seller, foi vendida em 40 países e traduzida para 16 idiomas. Três anos depois, publicou Provérbios e o romance Pedaços de Fome.

Ponciá Vivêncio, de Conceição Evaristo. Editora Pallas. 120 páginas. Preço médio: R$ 39,90
Ponciá Vicêncio, de Conceição Evaristo

A obra Ponciá Vicêncio é o primeiro romance de Conceição Evaristo. O livro narra a trajetória de Ponciá Vicêncio, uma mulher negra, desde sua infância até a idade adulta. Ponciá mora com a mãe, no interior do Brasil, onde vive numa população de descendentes de escravos. O texto aborda temas como a discriminação de raça, gênero e classe. Romancista, poeta e contista, Conceição Evaristo é um grande expoente da literatura contemporânea, vencedora do Prêmio Jabuti 2015.

Quem tem Medo do Feminismo Negro? Djamila Ribeiro. Editora: Companhia das Letras. 120 páginas. Preço médio: R$ 23,90
Quem tem Medo do Feminismo Negro?, de Djamila Ribeiro

Em Quem Tem Medo do Feminismo Negro?, Djamila recupera memórias de seus anos de infância e adolescência para discutir o que chama de silenciamento – processo de apagamento da personalidade, resultado da discriminação. A autora contemporânea mostra como o contato com autoras como Chimamanda Ngozi Adichie, bell hooks, Sueli Carneiro, Alice Walker, Toni Morrison e Conceição Evaristo a fizeram ter orgulho de suas raízes e não mais querer se manter invisível. A narrativa reúne uma seleção de artigos publicados por Djamila no blog da revista Carta Capital, entre 2014 e 2017.

Na Minha Pele, Lázaro Ramos. Editora Objetiva. 152 páginas. Preço médio: R$ 39,90
Na Minha Pele, Lázaro Ramos

Ainda que não seja uma biografia, em Na Minha Pele, Lázaro compartilha episódios íntimos de sua vida e também suas dúvidas, descobertas e conquistas. O autor fala sobre seu desejo de viver num mundo em que a pluralidade cultural, racial, étnica e social. O autor divide com o leitor suas reflexões sobre temas como ações afirmativas, gênero, família, empoderamento, afetividade e discriminação.

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