Casarão onde viveu Tarsila do Amaral será transformado em museu do modernismo
O prédio e as casas da colônia de trabalhadores da antiga Fazenda São Bernardo, interior paulista, estão sendo reformados para abrigar o Centro Cultural Pirilampos
atualizado
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Oitenta e quatro anos depois da realização da Semana da Arte Moderna, o modernismo brasileiro está prestes a ganhar um museu. A sede será o casarão onde a pintora modernista Tarsila do Amaral nasceu e passou a infância, em Rafard, na região de Piracicaba, interior paulista.
O prédio e as casas da colônia de trabalhadores da antiga Fazenda São Bernardo estão sendo restaurados e vão abrigar acervo sobre o movimento que influenciou as artes e a cultura na primeira metade do século 20 — no qual Tarsila foi uma das figuras centrais.
O restauro é realizado desde o fim de janeiro pela Abaçaí Cultura e Arte, organização social responsável pelo sítio histórico. Os trabalhos são custeados por uma verba de R$ 424 mil captada por meio do Programa de Ação Cultural (ProAC), da Secretaria da Cultura do Estado de São Paulo.
Centro Cultural Pirilampos
O casarão de 150 anos, tombado em 2014 pelo Conselho de Defesa do Patrimônio Histórico, Arqueológico, Artístico e Turístico (Condephaat), ocupa o centro de uma área de 31 hectares da antiga fazenda de café, que no início do século 20 foi adaptada por uma companhia francesa para produzir cana-de-açúcar.
O restauro deve se estender à capela, escola, cocheira e outras instalações da antiga fazenda. De acordo com o diretor cultural da Abaçaí, Toninho Macedo, o espaço vai abrigar o Centro Cultural Pirilampos que, além do museu, oferecerá aulas de teatro, dança, artesanato e vai resgatar manifestações tradicionais da região.
Tarsila do Amaral (1886-1973) era neta de José Estanislau do Amaral, conhecido como “o milionário” em virtude da fortuna acumulada em fazendas no interior paulista. Ainda na infância, na fazenda de Rafard, então distrito de Capivari, aprendeu a ler, escrever e falar francês com uma mestra belga.