Tinta Bruta e Torre das Donzelas vencem Festival do Rio 2018
Premiação aconteceu na noite deste domingo (11/11)
atualizado
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No ano em que o Festival do Rio esteve ameaçado de não se realizar e a Première Brasil foi marcada por debates fortes, o júri presidido pela cineasta Lúcia Murat e integrado, entre outros, pelo também cineasta Joel Zito Araújo, outorgou o prêmio de melhor longa de ficção para Tinta Bruta, da dupla Márcio Reolon/Filipe Matzembacher. O longa, muito bom, já havia vencido o Urso gay no Festival de Berlim, em fevereiro. O Redentor de melhor documentário foi para Torre das Donzelas, de Susanna Lira, que já havia sido premiado na Mostra de São Paulo.
O filme de Susanna traz relatos inéditos da ex-presidenta Dilma Rousseff e de seus colegas de cela do Presídio Tiradentes, nos anos de chumbo da ditadura militar. Foram torturadas, conheceram o inferno. Não desistiram de lutar por justiça e liberdade.
Susanna recebeu o prêmio de melhor diretora de documentário. O Redentor de melhor direção de ficção foi para outra dupla, João Salaviza e Renée Nader Messora, por Chuva É Cantoria na Terra dos Mortos, sobre jovem Krahô que encontra o espírito do pai e realiza cerimônia de fim de luto. Há um mistério que impregna o filme, e tem a ver com a integração do protagonista na floresta. O júri premiou Itala Nandi como melhor atriz, por Domingo, de Fellipe Barbosa, e dividiu o prêmio de interpretação masculina entre Shico Menegat, por Tinta Bruta, e Valmir do Côco, por Azougue Nazaré.
O Órfão, de Carolina Markowicz, venceu como melhor curta e o júri outorgou uma menção a Universo Preto Paralelo, de Rubens Passaro. Na mostra Novos Rumos, o júri integrado pelo ator Babu Santana, pela produtora Tatiana Leite e pelo crítico e professor João Luiz Vieira premiou o ótimo Ilha, de Ary Rosa e Glenda Nicácio, que já havia sido premiado em Brasília. Uma menção honrosa foi atribuída a Inferninho, de Guto Parente e Pedro Diógenes. Os prêmios do júri popular ficaram com Deslembro, de Flavia Castro, como melhor ficção, e Torre das Donzelas, melhor documentário.
O Festival do Rio premiou o melhor longa latino com o troféu Fipresci, atribuído pela crítica. Foi para Deslembro. O prêmio Felix, para as melhores produções de temática LGBT, destacou a belíssima ficção Sócrates, de Alex Moratto, já premiada na Mostra, e o documentário Obscuro Barroco, de Evangelia Kranioti.
Veja a lista completa de premiados do Festival do Rio 2018:
Première Brasil
Júri presidido por Lúcia Murat (diretora e roteirista) e composto por Joel Zito Araújo (diretor), Hebe Tabachnik (curadora e programadora de festivais), Koby Gal-Raday (produtor), Thomas Ordonneau(produtor):
MELHOR LONGA-METRAGEM DE FICÇÃO e Prêmio Petrobras no valor de R$ 200 mil – Tinta Bruta, de Marcio Reolon e Filipe Matzembacher
MELHOR LONGA-METRAGEM DE DOCUMENTÁRIO – Prêmio de Mídia Canal Curta no valor de R$ 100 mil: Torre das Donzelas, de Susanna Lira
MELHOR CURTA-METRAGEM – O Órfão, de Carolina Markowicz
Menção Honrosa curta-metragem – Universo Preto Paralelo, de Rubens Passaro
MELHOR DIREÇÃO DE FICÇÃO – João Salaviza e Renée Nader Messora, por Chuva é Cantoria na Terra dos Mortos
MELHOR DIREÇÃO DE DOC – Susanna Lira, por Torre das Donzelas
Menção Honrosa Direção de Documentário – Daniel Gonçalves, por Meu Nome é Daniel
MELHOR ATRIZ – Itala Nandi, por Domingo
MELHOR ATOR – Shico Menegat, por Tinta Bruta, e Valmir do Côco, por Azougue Nazaré
MELHOR ATRIZ COADJUVANTE – Eliane Giardini, por Deslembro
MELHOR ATOR COADJUVANTE – Bruno Fernandes, por Tinta Bruta
MELHOR FOTOGRAFIA – Renée Nader Messora, por Chuva é Cantoria na Aldeia dos Mortos
MELHOR MONTAGEM – André Sampaio, por Azougue Nazaré
MELHOR ROTEIRO – Filipe Matzembacher, Marcio Reolon por Tinta Bruta
PRÊMIO ESPECIAL DO JÚRI – Azougue Nazaré, de Tiago Melo
NOVOS RUMOS – Júri composto por Tatiana Leite, produtora, Babu Santana, ator e João Luiz Vieira, professor doutor.
MELHOR FILME e Prêmio Petrobras no valor de R$ 100 mil – Ilha, de Ary Rosa e Glenda Nicácio
MELHOR CURTA – Lembra, de Leonardo Martinelli
PRÊMIO ESPECIAL DO JÚRI – Inferninho, de Guto Parente e Pedro Diogenes
Menção Honrosa – Mormaço, de Marina Meliande
Menção Honrosa – Eduarda Fernandes pela atuação (Luna, de Cris Azzi)
Menção Honrosa – Alexandre Amador pela atuação (Vigia, de João Victor Borges)
Menção Honrosa – Verónica Valenttino pela atuação (Jéssika, de Galba Gogóia)
VOTO POPULAR:
MELHOR LONGA FICÇÃO: Deslembro, de Flavia Castro
MELHOR LONGA DOCUMENTÁRIO: Torre das Donzelas, de Susanna Lira
MELHOR CURTA: Você não me conhece, de Rodrigo Séllos
PRÊMIO DA CRÍTICA FIPRESCI – Júri composto por Eduardo Valente , Luciana Costa Almeida, Olivier Pelissone Tatiana Trindade
– Deslembro, de Flavia Castro
PRÊMIO FELIX Juri composto por Adriana L. Dutra, documentarista, Claudia Saldanha, mestre em artes visuais e diretora do Paço Imperial, Felipe Sholl, diretor e roteirista e Vicente de Mello, fotógrafo e curador.
Melhor Longa Ficção: Sócrates, de Alex Moratto
Melhor Longa Doc: Obscuro Barroco, de Evangelia Kranioti
Prêmio Especial do Júri: Inferninho, de Guto Parente e Pedro Diogenes
Prêmio Mostra Geração
Shade – Entre bruxas e heróis, de Rasko Miljkovic