Paulo Gustavo sobre beijo gay: “Patético me chamar de homofóbico”

O ator conversou com o Metrópoles sobre o filme Minha Mãe É Uma Peça 3, que lidera as bilheterias do Brasil

Luiz Prisco
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Antes mesmo de estrear, Minha Mãe É Uma Peça 3 virou motivo de intensa discussão. O filme, que traz Paulo Gustavo no papel principal, foi cancelado nas redes sociais. O motivo? O longa não traria o beijo entre Juliano (Rodrigo Pandolfo) e o namorado durante o casamento dos dois.

A discussão foi próxima ao ato de censura do prefeito Marcelo Crivella (Republicanos), que tentou tirar de circulação uma HQ da Marvel que retratava um beijo gay. Isso foi em setembro de 2019. Agora, em janeiro de 2020, Minha Mãe É Uma Peça 3 comemora a marca de 5,8 milhões de espectadores em três semanas em cartaz – o número tende a aumentar.

“As pessoas entraram em contato com essa coisa de se precipitar, de como a gente não pode acreditar em qualquer coisa que está na internet. Aquela censura do Crivella espirrou no meu filme, que não tinha nada a ver. Fiquei uns cinco dias [sendo] homofóbico na internet. Justo eu que sou uma bandeira ambulante: sou casado com outro homem, tenho filho, faço personagens gays, dou emprego para LGBTs. É patético falar que sou homofóbico”, diz Paulo Gustavo, em entrevista ao Metrópoles.

De fato, a resposta – se é que isso era algo pretendido – veio pela arte. Minha Mãe É Uma Peça 3 tem tudo para superar a marca de seu antecessor: longa de 2016 com impressionante público de 9,3 milhões de pessoas.

1/10
Minha Mãe É Uma Peça 3 bateu recordes no Brasil
O filme é uma boa opção para as férias
Ao lado das irmãs, Dona Hermínia vive o crescimento dos filhos
Juliano, Dona Hermínia e Marcelina: núcleo familiar do filme
Mesmo com problemas, filme entrega um entretenimento de qualidade
Dona Hermínia era inspirada nas mães brasileiras
Paulo Gustavo foi "cancelado" por não incluir beijo gay: mesmo assim, bilheteria do filme é impressionante
Sucesso

“O sucesso em bilheteria depende de vários fatores. Esperamos ao menos empatar com o dois. Mas, no fundo, queremos fazer que o público goste, os resultados são consequência”, avalia o ator.

Realmente, a trilogia Minha Mãe É Uma Peça impressiona pela popularidade – o filme origina-se de espetáculo teatral que também acumula cifras gigantescas pelo país. Só os dois primeiros títulos cinematográficos somados acumulam 13,8 milhões de espectadores: tornando a produção mais vista do Brasil, à frente dos polêmicos Nada a Perder e Os Dez Mandamentos. Os dados são do anuário da Agência Nacional do Cinema (Ancine).

Mas, como manter o sentimento positivo do público em relação à personagem? “É observar o dia a dia da dona de casa, da família. Mãe dá muito pano para manga. E comédia precisa ser atual. Estou no momento paternidade, fiquei grávido. O filme traz isso e vai contra essa onda homofóbica, racista e raivosa que tomou o Brasil. É um mix de emoções”, opina Paulo Gustavo.

Adeus, Dona Hermínia?

Quem assistiu ao terceiro capítulo da saga de Dona Hermínia ficou com aquela sensação de despedida. Porém, Paulo Gustavo não confirma nem nega o fim da personagem nas telonas.

“Acho que é o último longa, não gosto de dar um ponto final em nada. Vai que daqui a quatro anos quero fazer o Minha Mãe É Uma Peça 4. Tudo na minha vida profissional é com coração. Deixa a vida me levar. Mas outro filme demoraria um pouquinho. Vamos deixar a Dona Hermínia descansar”, diz.

Para os já saudosos de plantão, o ator adianta que Dona Hermínia ganhará uma série no Globoplay, com 45 episódios e quatro temporadas.

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