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Festival de Brasília 2018: veja a lista dos vencedores da 51ª edição

Longa de André Novais Oliveira consolida a força do cinema mineiro no evento. O estado é dono do prêmio principal por três anos seguidos

atualizado

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Filipe Cardoso/Especial para o Metrópoles
festival de brasilia 2018
1 de 1 festival de brasilia 2018 - Foto: Filipe Cardoso/Especial para o Metrópoles

O filme Temporada (MG) é o grande vencedor do 51º Festival de Brasília do Cinema Brasileiro. André Novais Oliveira, diretor do longa, dedicou o prêmio à mãe, falecida recentemente. Maria José Novais Oliveira estrelou outros trabalhos dele, como Ela Volta na Quinta (2013) e Quintal (2015), ambos exibidos e premiados na mostra, e também fez uma ponta no novo longa do filho. O título saiu da cerimônia de encerramento com cinco Candangos (filme, atriz, ator coadjuvante, direção de arte e fotografia).

“Mãe, esse prêmio é para a senhora”, disse o cineasta. “Obrigado por tudo que a senhora fez para as nossas vidas. Viva Zózimo Bulbul, viva Cristina Amaral, viva o cinema negro brasileiro. Por mais protagonismo negro nas telas. E ele não”, completou o realizador. Temporada é o terceiro filme mineiro consecutivo a vencer o Festival de Brasília. É precedido por Arábia (2017), de Affonso Uchôa e João Dumans, e A Cidade Onde Envelheço (2016), de Marília Rocha.

Bixa Travesty (SP), de Claudia Priscilla e Kiko Goifman, foi o favorito do público durante o festival e recebeu do júri popular o prêmio de melhor longa. “Vai ser muito importante para distribuir o filme”, disse o cineasta. “É muito lindo ver que esse filme encontrou novos corpos dissidentes”, disse Priscilla.

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Linn da Quebrada e Jup do Bairro, mulheres trans e personagens do documentário, voltaram ao palco para receber uma menção honrosa do júri oficial. “Estar aqui hoje para a gente é muito importante, de como a gente faz da nossa arte combustível. As aparências não enganam, e a polícia e o estado mostram isso para a gente todo dia”, disse Jup.

Escolhida como a melhor atriz por Temporada ao viver uma mulher do interior que se muda para Contagem, Grace Passô foi aplaudida de pé pelo público que acompanhou a entrega dos troféus. “É muito bom poder admirar um homem em 2018”, disse ela, dando recado ao diretor mineiro André Novais Oliveira.

“Esse troféu diz respeito a uma porção de militâncias que desentortam o olhar. Para que pessoas como eu possam ser vistas, olhadas e possam ensinar a sociedade. Sou uma das pessoas do elenco, existe todo um conjunto de pessoas que constrói a narrativa. Esse troféu diz respeito à equipe inteira”, completou.

Aldri Anunciação, melhor ator por Ilha (BA), também dedicou a honra à comunidade negra. “Não existe atuação, existe coatuação. Eu não estou só aqui. Atrás existe uma comunidade de negros e negras. Quero dividir esse prêmio com Mário Gusmão, ator negro de 90 anos e que nunca ganhou um prêmio”, homenageou.

Beatriz Seigner subiu ao palco com um largo sorriso para receber o Candango de melhor direção por Los Silencios (SP). “Ter um festival que reconhece a nossa voz, do jeito que a gente quer falar. Ter políticas públicas que nos permitem ter acesso aos meios de produção, que estão em risco por esse governo de desmonte. É maravilhoso pode estar aqui junto com vocês. Um amigo me falou: é o primeiro prêmio da Ursal, né?”, brincou.

“Queria dedicar a todas as mães que vem perdendo seus filhos. Alegria enorme de estar recriando uma nova existência com vocês”, completou a cineasta.

Mostra Brasília: os vencedores
New Life S.A., de André Carvalheira, foi escolhido pelo júri oficial como o melhor longa do segmento de pratas da casa do festival. Entre Parentes, documentário de Tiago de Aragão, venceu o troféu de melhor curta.

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Na abertura da cerimônia, dezenas de cineastas subiram ao palco para anunciar a criação da Associação de Produtores Independentes (API). “Nasce com desejo de congregar e fortalecer as empresas independentes. Nosso objetivo é representar de forma organizada essa significativa parcela da produção brasileira. Já contamos com 100 empresas produtoras de 22 estados brasileiros”, leu o produtor Thiago Macedo Corrêia, do longa Temporada.

O secretário de Cultura, Guilherme Reis, anunciou no palco que será lançado na próxima sexta (28/9) o edital do FAC (Fundo de Apoio à Cultura) voltado ao audiovisual. Ele informou que o fomento será em torno de R$ 27 milhões.

Cerimônia de encerramento e premiações do 51º Festival de Brasília do Cinema Brasileiro (Transmissão sem som até o início da cerimônia)

Cerimônia de encerramento e premiações do 51º Festival de Brasília do Cinema Brasileiro

Posted by Festival de Brasília do Cinema Brasileiro on Sunday, September 23, 2018

 

Veja a lista dos vencedores do 51º Festival de Brasília:

MOSTRA COMPETITIVA – Troféu Candango

LONGA-METRAGEM

Melhor filme

Temporada (MG), de André Novais Oliveira

Melhor filme pelo júri popular (Petrobras)

Bixa Travesty (SP), de Claudia Priscilla e Kiko Goifman

Melhor direção

Beatriz Seigner, por Los Silencios (SP)

Prêmio especial do júri – pelo sensível e firme do retrato da nossa história

Torre das Donzelas (RJ), de Susanna Lira

Menção honrosa – pelo posicionamento e impactante apresentação da dupla Linn da Quebrada e Jup do Bairro

Linn da Quebrada e Jup do Bairro, de Bixa Travesty (SP)

Melhor atriz

Grace Passô, por Temporada (MG)

Melhor ator

Aldri Anunciação, por Ilha (BA)

Melhor atriz coadjuvante

Luciana Paes, por A Sombra do Pai (SP)

Melhor ator coadjuvante

Russão, por Temporada (MG)

Melhor roteiro

Ary Rosa, por Ilha (BA)

Melhor fotografia

Wilsa Esser, por Temporada (MG)

Melhor montagem

Karen Akerman, por A Sombra do Pai (SP)

Melhor direção de arte

Diogo Hayashi, por Temporada (MG)

Melhor trilha sonora

Bixa Travesty (SP)

Melhor som

Gabriela Cunha, por A Sombra do Pai (SP)

Prêmio da crítica (Associação Brasileira de Críticos de Cinema – Abraccine) para o melhor longa

Los Silencios (SP), de Beatriz Seigner

Prêmio da crítica – melhor curta 

Mesmo com Tanta Agonia (SP), de Alice Andrade Drummond

CURTA-METRAGEM

Melhor curta-metragem

Conte Isso Àqueles que Dizem que Fomos Derrotados (MG/PE), de Aiano Bemfica, Camila Bastos, Cristiano Araújo e Pedro Maia de Brito

Melhor curta-metragem pelo júri popular

Eu, Minha Mãe e Wallace (RJ), dos irmãos Carvalho

Prêmio especial do júri

Liberdade (SP), de Pedro Nishi e Vinícius Silva

Melhor direção

Nara Normande, por Guaxuma (PE)

Melhor atriz 

Maria Leite, por Mesmo com Tanta Agonia (SP)

Melhor ator

Fábio Leal, por Reforma (PE)

Melhor atriz coadjuvante

Noemia Oliveira, por Eu, Minha Mãe e Wallace (RJ)

Menção honrosa – melhor atriz coadjuvante

Rillary Rihanna Guedes, por Mesmo com Tanta Agonia (SP)

Melhor ator coadjuvante

Uirá dos Reis, por Plano Controle (MG)

Melhor roteiro

Fábio Leal, por Reforma (PE)

Melhor fotografia

Anna Santos, por Mesmo com Tanta Agonia (SP)

Melhor montagem

Gabriel Martins e Luisa Lana , por Plano Controle (MG)

Melhor direção de arte

Nara Normande, por Guaxuma (PE)

Melhor trilha sonora

Normand Roger, por Guaxuma (PE)

Melhor som

Nicolau Domingues, por Conte Isso Àqueles que Dizem que Fomos Derrotados (MG/PE)

 

OUTROS PRÊMIOS

Prêmio Zózimo Bulbul

FestUni
Impermeável Pavio Curto (BH), de Higor Gomes

Curta-metragem
Eu, Minha Mãe e Wallace (RJ), dos irmãos Carvalho

Longa-metragem
Ilha (BA), de Glenda Nicácio e Ary Rosa

Prêmio Aquisição Canal Brasil (melhor curta da mostra competitiva)

Mesmo com Tanta Agonia (SP), de Alice Andrade Drummond

Prêmio Marco Antônio Guimarães (melhor uso de material de arquivo)

O Outro Lado da Memória (DF), de André Luiz Oliveira

Prêmio Conterrâneos (fundação CineMemória) – melhor documentário do festival

O Outro Lado da Memória (DF), de André Luiz Oliveira

Prêmio Saruê – entregue pelo jornal Correio Braziliense ao melhor momento do festival

Bixa Travesty (SP), Claudia Priscilla e Kiko Goifman

Mostra Caleidoscópio – Prêmio Aquisição Prime Box Brasil e Prêmio Técnico VOD Tamanduá

Os Sonâmbulos (MG), de Tiago Mata Machado

Prêmio Técnico Canal Curta!

Bixa Travesty (SP), de Claudia Priscilla e Kiko Goifman

Prêmio Técnico DOT Cine – Longa-metragem

Temporada (MG), de André Novais Oliveira

Prêmio Técnico CiaRio/Naymar

Eu, Minha Mãe e Wallace (RJ), dos irmãos Carvalho

Mostra Futuro Brasil

Prêmio Técnico Mistika, Prêmio Técnico Cinemática Audiovisual e Prêmio Técnico Cinecolor

Ontem havia coisas estranhas no céu, de Bruno Risas

Prêmios do Ambiente de Mercado 

Prêmio CineBrasil TV [pré-licenciamento]

Selvagem – Diego da Costa – Pietà Filmes

Prêmio Rio2C [2 credenciais]

Carolina, Conceição e nós todas – Gabriele Pereira – Space4

Nosso Amor de Hoje – Daniel Calil – Pira Filmes

Prêmio MIPTV [2 credenciais]

O Criador de Tudo  – Tiago Tambelli – Lente Viva Filmes

Prêmio Rotterdam LAB [1 credencial]

Passagem Esperança – Fernando Segtowick – Marahu Filmes

Prêmio Imersão Criativa na Chapada dos Veadeiros/GO

Ecos do silêncio – André Luiz Oliveira – ASACINE Filmes

 

MOSTRA BRASÍLIA – 23º Troféu Câmara Legislativa

Melhor longa-metragem

New Life S.A., de André Carvalheira

Melhor curta-metragem

Entre Parentes, de Tiago de Aragão

Melhor longa-metragem pelo júri popular (Petrobras)

O Outro Lado da Memória, de André Luiz Oliveira

Melhor curta-metragem pelo júri popular (e Prêmio Ciario/Naymar)

Terras Brasileiras, de Dulce Queiroz

Melhor direção

André Luiz Oliveira, por O Outro Lado da Memória

Prêmio especial do júri – pelo conjunto da obra

A Roda da Fortuna, de Luciano Porto

Melhor atriz

Presidiárias do curta Presos que Menstruam, representadas por Naiara Lira

Melhor ator

Murilo Grossi, por New Life S.A.

Menção honrosa

Nathalia Schuller, atriz mirim de Monstros

Melhor roteiro

Wesley Gondim, por Para Minha Gata Mieze

Melhor fotografia

Alan Schvarsberg, por Entre Parentes

Melhor montagem

Zefel Coff, por A Praga do Cinema Brasileiro

Melhor direção de arte

Moacyr Gramacho, por O Outro Lado da Memória

Melhor trilha sonora

Vinícius Jibhajan, por O Outro Lado da Memória

Melhor edição de som

Olívia Hernandez, por Riscados pela Memória

 

II FESTUNI

Melhor filme

Capitais, de Kamilla Medeiros e Arthur Gadelha, da escola Porto Iracema das Artes, do Ceará

Melhor filme pelo júri popular

A Casa de Ana, de Clara Ferrer e Marcella C. De Finis, da Universidade Federal Fluminense

Melhor direção

Flores, de Vado Vergara e Henrique Bruch (PUC/RS)

Menção honrosa

Um Lugar ao Sul, de Gianluca Cozza (Universidade Federal de Pelotas), e De Vez em Quando, Quando Eu Morro, Eu Choro, de R.B. Lima (Universidade Federal da Paraíba)

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