Contrariando a maioria dos filmes que ainda recorrem a ótica da violência e da criminalidade para retratar a periferia, o longa Escola de Quebrada chega ao Paramount+, nesta sexta-feira (3/3), para explorar a potência criativa dos jovens da comunidade.
Produzido pela plataforma em parceria com KondZilla, a comédia juvenil conta a história de Luan, (Mauricio Sasi), um jovem estudante de escola pública da Zona Leste de São Paulo que, cansado de sempre ser excluído dos grupinhos e de ser invisível aos olhos de Camila (Laura Castro), decide mudar de postura para ser respeitado e popular.
Os planos não dão certo e o protagonista acaba virando alvo de dois grupos distintos na escola. Para reverter as coisas, ele conta com a ajuda de dois amigos inseparáveis: Rayane (Bea Oliveira) e David (Lucas Righi). O elenco conta ainda com Pathy Dejesus, Rogério Brito, Oscar Filho, Helião, Mawusi Tulani, Jéssica Barbosa, Cleide Queiroz, Aysha Nascimento, Juan Queiroz, entre outros talentos.

Beatriz Oliveira, Maurício Sasí e Lucas RighiDivulgação/Paramount Plus

Maurício Sasí em Escola de QuebradaDivulgação/Paramount Plus

Filme retrata escolas da periferia paulista de forma descontraída e otimistaDivulgação/Paramount Plus

Produção estreia no Paramount+ nesta quinta-feira (3/3)Divulgação/Paramount Plus

Escola de Quebrada é uma produção da plataforma de streaming com a KondZillaDivulgação/Paramount Plus

Divulgação/Paramount Plus

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Mente por trás dos robustos projetos audiovisuais da KondZilla, Kaique Alve se inspirou na escassez de produções que retratem a periferia de forma otimista e diversa. “Eu escolhi fazer esse filme porque eu cresci vendo filmes de escola e nenhum deles retratava especificamente uma escola de quebrada. Eram sempre aquelas escolas americanas, de uma classe social mais alta. Eu queria me sentir representado ali”, explica.
Kaique cita Todo o Mundo Odeia o Chris como uma das referências de Escola de Quebrada. “Era uma série que eu assistia todo dia quando eu chegava da escola”, revela Kaique. Já Konrad Dantas, o KondZilla, lembra de Turma do Gueto, veiculada pela Record TV no início dos anos 2000, e que também se passava em São Paulo. “Eu adorava. E a gente tá podendo mais uma vez retratar a periferia paulista de um jeito diferente”.
Intérprete de Camila, crush de Luan, Laura Castro usa uma frase marcante que ouviu do preparador de elenco para resumir o trabalho. “É um filme de quebrada sem nenhuma gota de sangue derramada”, parafraseia. “É muito importante ter um cinema que mostre esse lado da quebrada, que é o lado da alegria, da jovialidade, da diversão, todo esse lado mais colorido da quebrada”.
Maurício Sasí concorda com a colega de elenco. “Temos conflitos adolescentes como qualquer outra pessoa. A gente não sofre só racismo. Acho que podemos subir mais um degrau”, opina o protagonista.
Olhar para as coisas simples
Apesar de cativar quem está no sofá por meio da nostalgia e do humor, Escola de Quebrada também aborda assuntos como linguagem neutra e ressocialização de presos. “A função do entretenimento é entregar mensagens divertindo as pessoas”, explica Konrad Dantas, o KondZilla.
Para cumprir com esse objetivo, Kaique apostou no exercício de transformar coisas simples em grandiosas. “Um exemplo que está no filme é o pisão que o Luan dá no tênis novo e branquinho do Luquinhas, integrante do Mil Grau. Acontece a terceira guerra mundial por causa disso. É uma coisa banal mas só que pra quem está ali, naquele universo, é algo muito grandioso. Acho que falta um pouco disso nas produções nacionais”.