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Entenda a guerra entre cineastas consagrados e filmes da Marvel

Depois de Scorsese dizer que longas do MCU “não são cinema”, Jennifer Aniston, Coppola, Ken Loach e Fernando Meirelles aderiram à treta

atualizado

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Marvel Studios/Disney/Divulgação
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1 de 1 vingadores-ultimato7 - Foto: Marvel Studios/Disney/Divulgação

O assunto do momento no cinema é a guerra travada entre cineastas consagrados e os filmes de super-herói da Marvel. Enquanto o estúdio da editora, abrigado na Disney, acumula bilhões de dólares nas bilheterias, as produções também atraem críticas pesadas de diretores e artistas de peso.

Tudo começou quando Martin Scorsese, no momento divulgando o aguardadíssimo O Irlandês, disse que os longas do MCU, o Universo Cinematográfico Marvel, “não são cinema”. Nas semanas seguintes, Francis Ford Coppola, Ken Loach, o brasileiro Fernando Meirelles e a atriz Jennifer Aniston, famosa por Friends, aderiram à treta e engrossaram os ataques a Vingadores e companhia.

Veja o que cada um disse na galeria:
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As declarações geraram controvérsia e, obviamente, respostas em defesa da franquia vindas de estrelas do MCU, como os astros Robert Downey Jr. e Samuel L. Jackson e os diretores Jon Favreau, Joss Whedon e James Gunn. Kevin Smith (O Balconista), cineasta e notório fã de quadrinhos, também rebateu as espetadas.

As redes sociais entraram na briga com a já esperada polarização. De um lado, cinéfilos endossando a ideia de que as franquias, sobretudo as de super-heróis, parecem mais parques temáticos do que obras cinematográficas, como apontou Scorsese. Do outro, nerds e leitores de gibis enlouquecidos com dinossauros metralhando seus ídolos encapuzados, fantasiados, mascarados e, claro, computadorizados.

Há lado certo?

Claro que não. Mas as críticas não vêm ao acaso ou motivadas por autopromoção. As franquias geram fenômenos de bilheterias e ocupam salas de cinema de maneira predatória. Quase não sobra espaço para filmes alternativos, independentes, estrangeiros (uma maneira simplista de definir o que não é de Hollywood), autorais – os chamados filmes de arte –, cada vez mais dependentes das telas de festivais e plataformas de streaming.

Em um país como o Brasil, então, onde não há tantas salas de exibição e elas se concentram em shoppings, os blockbusters nadam de braçada. Fato é que a maioria dos longas de Scorsese, Coppola e Loach tem mais prestígio do qualquer capítulo do MCU ou do DCEU, o Universo Estendido DC, editora rival da Marvel. Na avaliação do autor deste texto, por exemplo, os bons são minoria entre os 23 títulos do MCU.

Vingadores: Ultimato, dono da maior arrecadação da história (US$ 2,797 bilhões), é um dos melhores, mas passa longe de obra-prima. Já grandes obras abundam nas carreiras de Scorsese (Depois de Horas, Taxi Driver, Touro Indomável, Cassino, O Rei da Comédia, A Última Tentação de Cristo, Os Bons Companheiros) e Coppola (trilogia O Poderoso Chefão, A Conversação, Apocalypse Now, O Selvagem da Motocicleta, Drácula de Bram Stoker).

Os ataques desses veteranos podem soar radicais, exagerados, ressentidos, puristas. Mas há autenticidade nas críticas. E talvez eles estejam gritando justamente para serem ouvidos.

O formato extremamente lucrativo (e criativamente confortável) de franquias e sagas precisa conviver de forma mais saudável com histórias originais, linguagens “estranhas”, narrativas desafiadoras e culturas que não recebem a mesma atenção dada ao mundo pop.

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