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Ditadura militar no Brasil é recontada em filme

Com direção de cena e roteiro de Vera Egito, “Rua Maria Antônia – A Incrível Batalha dos Estudantes” mostra o episódio histórico a partir da ótica de um jovem de 18 anos

atualizado

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Paulo Vainer/Divulgação
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Tiros, sequestros e muita resistência. A história do regime militar no Brasil, que já foi contada outras vezes, ganha novo capítulo com o filme “Rua Maria Antônia – A Incrível Batalha dos Estudantes”.

Com direção de cena e roteiro de Vera Egito (foto no alto), o longa-metragem é inspirado em um fato real. Em 1968, os estudantes da Escola de Filosofia da Universidade de São Paulo e do curso de Direito da Universidade Mackenzie entraram em conflito na Rua Maria Antônia. O motivo do confronto foi divergência política dos jovens: os primeiros lutavam contra o regime militar; e os segundos faziam parte do Comando de Caça aos Comunistas. A batalha terminou com o fechamento da Escola de Filosofia pelas forças militares ditatoriais.

O evento da batalha da Rua Maria Antônia sempre me chamou atenção do ponto de vista dramático mesmo. Ele contém uma oposição clara entre dois lados. Um conflito que acontece no nível ideológico e físico, o que já é meio caminho andado pra escrever uma ficção. Fora isso, a busca por liberdade, como tema macro, me encanta desde sempre. É uma reivindicação legítima, profunda e genuinamente humana

Vera Egito, diretora de cena e roteirista

No filme – ainda em fase de captação de recursos -, o embate entre os estudantes será conduzido pela história do protagonista Leo, um jovem estudante de filosofia.

“Como dependem da liberação da verba, as filmagem podem ser no segundo semestre de 2016 ou no primeiro de 2017”, avisa Vera sobre a data do início das gravações. “Os prédios da escola de filosofia e da universidade Mackenzie ainda existem na Rua Maria Antônia. Porém, ambos funcionam e o movimento na rua é intenso. Dificilmente conseguiríamos parar a rua para a filmagem. Além da região estar descaracterizada do ponto de vista de época. Provavelmente, procuraremos um casario semelhante em uma região mais calma da cidade. Santos e Campinas também são possibilidades de locações por causa da arquitetura”, aponta a diretora.

Nos próximos meses, Vera lança “Amores Urbanos”. Enquanto a comédia dramática – que tem no elenco Thiago Pethit, Ana Cañas e Maria Laura Nogueira, entre outros – não chega às telonas, a roteirista se dedica ao projeto que resgata a memória do país. “A importância de contar essa história, hoje, é lembrar a nós mesmos que não somos um povo passivo. Que nos organizamos por um país melhor no passado e seguiremos assim”, completa.

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