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Crítica: Somente o Mar Sabe conjectura destino misterioso de navegador

Filme remonta desventura de Donald Crowhurst, velejador amador que tentou vencer o Golden Globe de 1968 circulando o planeta sozinho

atualizado

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Blueprint Pictures/BBC Films/Divulgação
Somente o Mar Sabe
1 de 1 Somente o Mar Sabe - Foto: Blueprint Pictures/BBC Films/Divulgação

A verdade raramente rende boas histórias. No caso de Somente o Mar Sabe, a tentativa de pressupor o que aconteceu com Donald Crowhurst (Colin Firth) baseando-se principalmente em fatos conhecidos gera um roteiro incapaz de cumprir a proposta do argumento. A ideia de dramatizar o isolamento parece intrigante, mas o filme falha nessa missão.

Crowhurst era um empresário britânico, casado, pai de três filhos e velejador amador. Obcecado por navegação, decidiu se inscrever no Sunday Times Golden Globe Race, uma corrida de catamarãs ao redor do mundo. Os participantes saíram em datas distintas, competindo por dois prêmios: um para quem concluísse a volta primeiro e outro dedicado a quem o fizesse no menor tempo. Sem nunca ter enfrentado mar aberto antes, o empresário decide se lançar nessa missão praticamente suicida.

A história real é chocante: para garantir aos patrocinadores que de fato completaria a volta e não daria prejuízos, o navegador penhora a própria casa e sua empresa. Com algumas semanas de viagem e danos irreparáveis no barco, ele entende sua incapacidade de cumprir a missão e parte para outra tarefa impossível: manter a família e os mecenas informados sobre uma rota falsa e muito veloz, com cálculos celestiais dificílimos de fazer.

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O primeiro ato do filme é sua pior parte, com uma montagem tão cansativa e imprevisível quanto a do barco usado por Crowhurst na competição. Esse aspecto técnico não se repete em toda história. Muito pelo contrário, em uma cena retratando o Natal que Crowhurst passou no catamarã, a edição cuidadosa consegue situar o espectador tanto na solidão sentida por ele quanto na saudade da família – com os sons de cada ambiente se misturando de maneira belíssima.

As atuações de Firth e de Rachel Weisz, que vive sua esposa, são absolutamente impecáveis. A dupla faz mágica com o roteiro insosso de Scott Z. Burns. O longa, dirigido por James Marsh (A Teoria de Tudo), poderia ter sido um impressionante tratado sobre o isolamento e a solidão, sobretudo por causa de seu ambiente: o mar aberto. O mergulho, no entanto, não é profundo o suficiente.

Avaliação: Regular

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