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Crítica: M. Night Shyamalan “nada, nada e morre” na praia em Tempo

Novo filme do controverso diretor propõe reflexão sobre o envelhecimento em suspense com pouca tensão e alma

atualizado

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1 de 1 tempo - Foto: Divulgação

Controverso, o diretor indiano-americano M. Night Shyamalan costuma dividir os cinéfilos entre quem o ama e quem o odeia. Após Vidro (2019) e a série Servant (2019), da Apple TV+, o cineasta retorna aos cinemas com Tempo (Old), suspense baseado na graphic novel francesa Sandcastle e que deve provocar novamente uma cisão entre os fãs.

Em Tempo, acompanhamos Guy (Gael García Bernal) e Prisca (Vicky Krieps), um casal que está prestes a se separar e na tentativa de viver um último momento junto dos filhos, Trent (Nolan River) e Maddox (Alexa Swinton), viajam juntos para um luxuoso resort escolhido pela matriarca em uma promoção na internet, mas que logo se mostra uma escolha equivocada.

Ao embarcarem em um passeio exclusivo (em teoria) por uma praia paradisíaca nas redondezas do resort, a família vê as tão sonhadas férias se tornarem em um pesadelo que parece não ter fim. Após um corpo surgir das águas de repente, a família de Guy e outros hóspedes do hotel que também estavam na praia percebem que algo de muito estranho acontece naquele local: cada meia hora lá equivale a um ano de suas vidas que se passa.

Ao contrário de outras produções recentes do currículo de Shyamalan ou mesmo aquelas que marcaram a carreira do diretor como O Sexto Sentido (1999) e Sinais (2002), Tempo escorrega ao entregar pouca tensão e não conseguir manter o espectador intrigado, mesmo com um mistério que envolve uma praia bizarra, onde as pessoas envelhecem de forma praticamente “instantânea” e crianças viram adolescentes em questões de horas.

Apesar das boas escolhas visuais, que fogem um pouco da zona de conforto do diretor, o que acontece na verdade é que Tempo não passa de um suspense raso, com atuações fracas e uma história “sem alma”. Por diversas vezes, o longa sugere que vai engrenar e, seguindo a linha de Shyamalan, entregar um grande plot twist no final, mas acaba sendo frustrante pela caminho escolhido pelo cineasta.

Para os leitores fãs de futebol, Tempo lembra o que acontecia com o Flamengo dirigido à época por Rogério Ceni: tem boas ideias e reúne bons talentos, mas não empolga. Como no time que foi campeão brasileiro pelas mãos do ex-goleiro, os artistas até entregam o que deles se espera em determinados momentos, mas parecem amarrados em grande parte do espetáculo por conta das ideias de seus comandantes.

Em resumo, Tempo “nada, nada e morre na praia” (não consegui me segurar). Apesar de boas ideias e um começo intrigante, o longa se perde e por vezes parece entediante e cansativo – vale destacar também como a parte dramática se sustenta em raríssimas ocasiões. A sensação que fica é que o que vemos no cinema não passa de uma extensão do que já havíamos visto nos trailers e não uma obra completa, uma vez que a explicação para os fenômenos do longa é confusa e o filme pouco impacta de maneira geral.

Avaliação: Regular 

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