Crítica: “Invasão Zumbi” segue trem tomado por mortos-vivos

Produção da Coreia do Sul, "Invasão Zumbi" acompanha vírus mortal que toma conta de um trem a caminho da cidade de Busan

Felipe Moraes
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“Invasão Zumbi” revela uma trama tão simples quanto seu título. Um vírus mortal se espalha pela Coreia do Sul, transformando as pessoas em mortos-vivos velocistas e devoradores de cérebro. Viajando de Seul a Busan, os passageiros de um trem desconhecem o caos que toma o país. Mas a infestação também atingiu os vagões.

A melhor coisa de “Invasão Zumbi” é o próprio fato de romper os vícios do circuito comercial e conseguir estrear no Brasil. Veio na última semana de 2016, mas em bom número de salas. Produção da Coreia do Sul, o longa representa apenas a ponta do iceberg. Quebrou recordes de bilheteria – primeiro filme do país a superar 10 milhões de espectadores – e alcançou outros países.

Existe todo um incrível cinema de entretenimento oriental (China, Coreia do Sul, Hong Kong) que passa longe do radar das distribuidoras e do grande público. São comédias românticas, títulos de ação, terror e fantasia cultuados entre cinéfilos, mas anônimos para o resto dos espectadores. Diretores inventivos como Johnnie To e Soi Cheang merecem mais popularidade no ocidente.

Um trem com zumbis: viagem mortal
“Invasão Zumbi” está longe de ser o melhor exemplar. Ainda assim, tem esse poder de revelar ao público um cinema divertido para além das fronteiras de Hollywood. Dirigido por Yeon Sang-ho, o filme registra várias marcas identificáveis em outros filmes sul-coreanos. A principal delas talvez seja a maneira como a trama combina sentimentalismo e sanguinolência.

Os mortos-vivos na cultura pop ganharam uma dimensão global com a série “The Walking Dead”, que acumula tropeços a cada nova temporada. Nada, porém, supera a autenticidade dos seis filmes de George A. Romero “estrelados” por zumbis.

“Invasão” coloca-se entre uma coisa e outra: adere à tradição, mas dispensa o cinismo gratuito que tem imperado no seriado. Já é o suficiente para fazer o público esquecer de bobagens monumentais como “Guerra Mundial Z” (2013), que teve a façanha de desperdiçar o bom livro de Max Brooks no qual foi inspirado.

Avaliação: Bom

Veja horários e salas de “Invasão Zumbi”.

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