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Crítica: Deadpool 2 amplia ironia do primeiro filme e capricha na ação

Longa dirigido por David Leitch mostra o personagem de Ryan Reynolds tentando se situar no mundo após um trauma pessoal

atualizado

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1 de 1 deadpool-22 - Foto: Fox/Divulgação

Em Deadpool 2, o humor de Wade Wilson (Ryan Reynolds) continua cruel, implacável, sem noção. A capacidade para tirar sarro e articular referências pop parece não ter limites. De Superman a Frozen, passando por 007 já na cena de abertura e pelas constantes quebras de quarta parede, quando o linguarudo super-(anti-)herói conversa com o público.

Se o destino de toda sequência de blockbuster é anabolizar o que deu certo no primeiro filme, a continuação faz isso de uma maneira até ousada. O roteiro, coassinado por Reynolds estreando na função, dispensa uma trama hiperativa – tão comum nas aventuras de super-heróis – em prol de uma reunião de esquetes frenéticos, um atrás do outro, enquanto a narrativa se desenrola entre as piadas.

O longa abre mostrando um trauma vivido por Wilson: Vanessa (Morena Baccarin), morre tragicamente após um ataque de bandidos. A irregular primeira hora basicamente tenta registrar as repercussões da tragédia na vida do ex-soldado, agora um herói amargurado e suicida.

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Cable (Josh Brolin, o Thanos em Vingadores: Guerra Infinita) também acaba de ser forjado por um drama pessoal: perdeu mulher e filha em um incêndio aparentemente criminoso. Ele possui um braço biônico e um relógio que o faz voltar no tempo. Viaja rumo aos dias atuais para procurar o autor do massacre: o então adolescente Russell (Julian Dennison, da boa comédia A Incrível Aventura de Rick Baker), mutante que se apelida de Firefist (Punho de Fogo).

Para conter o supersoldado do futuro e proteger Russell, Deadpool reúne um time de renegados, o X-Force, formado por mutantes como Domino (Zazie Beetz), cujo poder é se valer de uma sorte infalível.

Subversão domesticada
A ultraviolência continua a toda, com a porradaria já esperada de um filme para maiores. Desta vez, porém, o diretor David Leitch, de Atômica (2017) e De Volta ao Jogo (2014) – o primeiro John Wick –, fornece mais clareza espacial e vigor visual às cenas de ação.

Deadpool 2 cataloga as desventuras de um mercenário caído tentando mudar o curso das coisas. Wilson vira “trainee” dos X-Men e logo é demitido. Forma sua própria equipe, mas quase todos morrem antes mesmo de a missão começar. Perde a mulher, com quem planejava ter um filho, e agora busca atenuar o destino triste de um adolescente traumatizado por um passado de abuso e agressões físicas e verbais sofridas num orfanato de mutantes.

O tom algo emotivo não impede que Wilson assuma a marra autoirônica do Wolverine às avessas. Do bromance com Colossus (Stefan Kapicic) – ele pede perdão imitando a famosa cena de Digam o que Quiserem (1989) – às brincadeiras envolvendo a própria carreira de Reynolds, Deadpool 2 é anarquia calculada para agradar a galera e atingir as notas certas.

No fim das contas, o filme faz palhaçada e xinga, mas não desconstrói coisa nenhuma. A primeira metade vacila e se arrasta. A segunda supera o original.

Avaliação: Regular

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