metropoles.com

Crítica: “A Lenda de Tarzan” tenta atualizar mitologia do personagem

Com direção de David Yates (franquia “Harry Potter”), a aventura narra os esforços de Tarzan para salvar seu berço africano da exploração europeia

atualizado

Compartilhar notícia

Warner Bros./Divulgação
A Lenda de Tarzan
1 de 1 A Lenda de Tarzan - Foto: Warner Bros./Divulgação

Em tempos de hiperconectividade, o cinema de blockbuster se tornou uma arte de acumular informações – “quanto mais, melhor”, pensam os estúdios. Por isso, “A Lenda de Tarzan” é mais um produto autoconsciente de sua própria mitologia. Nem sempre isso pode ser visto como um elogio.

Dirigido por David Yates, que comandou os últimos quatro filmes da franquia “Harry Potter”, o filme tenta exibir tanto o tom épico da saga do bruxinho quanto, para citar outro produto da Warner, as cruzada psicológicas e soturnas de Batman. Muita informação para pouco cinema.

A face cerrada de Alexander Skarsgård parece combinar bem com o novo vigilante da selva. O longa começa em Londres, anos 1930, com Tarzan civilizado e adaptado aos costumes urbanos. Essa proposta de cultivar o herói aposentado para depois fazê-lo se reencontrar com seu eu “selvagem” – e messiânico, claro – também lembra as recentes adaptações do Cavaleiro das Trevas.

Aventura preguiçosa e sonolenta
Tarzan retorna ao Congo, onde foi criado por gorilas e aprendeu a dominar a linguagem da natureza, para ajudar George Williams (Samuel L. Jackson), um americano que lá pretende ir com propósito de denunciar a exploração dos belgas.

Leon Rom, interpretado pelo sempre ótimo Christoph Waltz, surge como o expedicionário do mal: pretende recriar o escravismo, sugar as riquezas da terra e entregar Tarzan a Mbonga (Djimon Hounsou), líder de uma tribo que tem contas a acertar com o nosso herói descamisado.

A ambição é reler a história por diferentes pontos de vista, mas Yates preenche as lacunas com flashbacks convenientes para explicar o passado de Tarzan. Samuel L. Jackson, mal aproveitado, só aparece como alívio cômico e Jane (Margot Robbie) cumpre a datada função de donzela a ser resgatada.

“A Lenda de Tarzan” até esboça entregar alguma licença poética em seus primeiros 10, 15 minutos, mas no fim acaba sendo mais do mesmo: uma história de origem que usa preguiçosamente recursos narrativos clássicos – slow motion, flashbacks – em busca de sobrevida, sequências e expansão mitológica (e comercial).

Avaliação: Ruim

Veja horários e salas de “A Lenda de Tarzan”.

Compartilhar notícia