“Como Sobreviver a um Zumbi”: quando o filme teen e o terror não combinam
Uma das estreias desta quinta (12/11), a comédia narra a batalha de três escoteiros adolescentes contra uma horda de mortos-vivos
atualizado
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Desde que os zumbis retornaram com tudo à cultura pop, após o remake “Madrugada dos Mortos” (2004) e a comédia “Todo Mundo Quase Morto” (2004), os tais comedores de cérebro assumiram narrativas distintas – ora próximas do videoclipe, ora associadas a outros gêneros, como drama e comédia. “Como Sobreviver a um Zumbi”, porém, deixa um incômodo odor de ressaca no ar.
Diretor de “Atividade Paranormal – Marcados pelo Mal” (2014), o californiano Christopher Landon tenta juntar duas tendências num filme só: mortos-vivos com vísceras entre os dentes e adolescentes púberes típicos das comédias teen, em que sobram festas intermináveis, bebedeiras e constrangimentos. A mistura resulta num filme em que a quantidade de sangue é igualmente proporcional à fartura de tiradas pueris sobre sexo e corpo feminino.
Um terrir datado
Ben (Tye Sheridan), Carter (Logan Miller) e Augie (Joey Morgan) participam do grupo de escoteiros desde a infância. Mas Ben e Carter estão cansados dos mesmos rituais de sempre. No que deve ser o último acampamento do trio, os dois pretendem trocar os marshmallows à fogueira com Augie e Rogers (David Koechner), o adulto que lidera a turma, por álcool e garotas.
É claro que meninos virgens costumam se dar mal em qualquer filme teen. Aqui, algo, digamos, de força maior, impede a concretização da farra: um vírus que acaba de tomar a cidade e transformar a população em famintos cadáveres ambulantes.
Metáfora ingênua à parte – o horror aos mortos-vivos soa derivativo do medo dos garotos de se aproximar das garotas –, “Como Sobreviver a um Zumbi” sofre com a falta de equilíbrio entre escatologia e sanguinolência. Ao colidir os personagens excitados de “Superbad – É Hoje” (2007) com o terrir autorreferencial de “Zumbilândia” (2009), o longa mais cansa do que diverte. Pobres dos mortos-vivos, a se arrastarem por aí à espera de um tiro de misericórdia – e de mais uma piada ruim.
Avaliação: Ruim
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