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“Bem Casados” é comédia leve, despretensiosa e com personalidade

No filme dirigido por Aluizio Abranches, o ator Alexandre Borges vive um fotógrafo cinquentão em crise que se envolve com Camila Morgado

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Não deixa de ser irônico o fato de o ator Alexandre Borges, que acabou de sair de um casamento de 22 anos com a atriz Júlia Lemmertz, protagonizar um filme com as características da comédia romântica “Bem Casados”. Sobretudo porque o roteiro escrito por Fernando São Thiago e dirigido por Aluizio Abranches — parceiro do ator em “Um Copo de Cólera” (1999) — é uma massagem no ego do ator bonitão e simpático que agora anda solteirão da Silva por aí.

15Solteirão da Silva, diga-se de passagem, como o personagem da fita, um fotógrafo cinquentão que ganha a vida filmando casamentos das grã-finas da alta sociedade carioca. Na pequena empresa que montou depois que torrou a herança dos pais, Heitor não tem sossego da clientela, mas parece sentir falta de algo na vida que o faz “borboletar” o tempo todo atrás de um rabo de saia ou se sentir refém de antidepressivos.

Um dia, o marasmo dessa rotina é quebrado quando ele cruza com a tresloucada Penélope (Camila Morgado), amante do noivo cuja família acabou de fechar negócio com ele e que ela quer destruir. Não demora muito para a garota convencê-lo a infiltrá-la no casamento e o circo está armado, com todos que cercam o casal metidos em confusão.

“Um cara da sua idade solteiro só pode ser canalha”, provoca ela.

Química entre atores funciona
Exibindo bastante personalidade por meio de um roteiro leve, “Bem casados” é uma comédia tão despretensiosa quanto envolvente. E por isso mostra-se melhor do que parece. Muito dessa percepção vem do carisma contagiante do ator Alexandre Borges, que transita com desenvoltura — como tem mostrado na TV e em outros trabalhos no cinema — entre o drama e a comédia.

Também pela química perfeita que desenvolveu em cena com a atriz Camila Morgado. Não muito exagerado ou grotesco, como estamos acostumados a ver por ir. Junto, entre tapas e beijos, o casal apresenta ritmo e sintonia, protagonizando momentos divertidos nessa comédia de erros que conta ainda com bons diálogos e atuações marcantes de atores coadjuvantes.

Enquanto muitos diretores no cinema brasileiro enganam o público com um tipo de humor rasteiro, repetitivo e nada inteligente, Aluizio Abranches inova sem ir muito longe ou inventar a roda. Apenas sofistica um gênero banalizado pela ganância dos produtores, apostando na sinceridade e na sensibilidade narrativa. Dá até vontade de sair da sessão de aliança na mão. E não é com o Alexandre Borges, nem com a Camila Morgado.

Avaliação: Bom

Veja horários e salas de “Bem Casados”.

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