Batman, Homem-Aranha e mais: dublados ainda são preferência nacional

Até o momento, 53% dos ingressos para assistir ao homem-morcego de Robert Pattinson eram para as sessões com áudio em português

Ranyelle Andrade
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Mesmo dominado por produções estrangeiras, a maior parte dos filmes exibidos nos cinemas brasileiros são assistidos com o áudio em português. Batman, com Robert Pattinson, que arrecadou R$ 100 milhões em bilheteria, por exemplo, teve 53% de seus ingressos vendidos para a versão dublada.

Wendel Bezerra, escolhido para dublar o homem-morcego pela 15ª vez na carreira, atribui o sucesso da versão ao desejo do espectador de não perder nenhum detalhe do filme.  “Não quero entrar no mérito da qualidade do trabalho, longe disso. Mas é uma produção tão rica visualmente e coloca o espectador em uma imersão tão grande que fica muito mais fácil vivenciar a experiência proposta pelo filme assistindo a versão em português”, acredita.

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53% dos bilhetes para Batman, vendidos pela Ingressos.com, foi para a versão dublada
Homem-Aranha
Vingadores: Ultimato

Ainda que uma corrente de cinéfilos acredite que a substituição dos diálogos originais prejudica o sentido do filme — e, consequentemente, o conjunto da obra — bilheterias de outros blockbusters recentes, com a temática de super-herói, reforçam que o áudio em português ainda é preferência nacional.

De acordo com dados compartilhados pela Ingressos.com, em 2021, mais de 73% dos tickets comprados no Brasil foram para filmes dublados. Os bilhetes para assistir à versão em português de Vingadores — O Ultimato (2019), por exemplo, corresponderam a 66% das vendas da plataforma. Homem-Aranha: Sem Volta para Casa (2021), segundo filme na história do Brasil a cruzar a marca de 300 milhões de reais em bilheteria, teve 76% de arrecadação na plataforma com as sessões dubladas.

“Dublagem brasileira tem personalidade”

Wirley Contaifer, voz do Homem-Aranha de Tom Holland em sua trilogia na Sony e nos dois últimos volumes dos Vingadores, acredita que o sucesso das produções dubladas no país se deve ao alto padrão alcançado pelos profissionais brasileiros. “Nós nunca falamos tanto a ‘mesma língua’. Digo, as pessoas que produzem, que são os correspondentes das vozes nos produtos e de quem ouve isso. É uma ponte mesmo. Fala e audição nunca tiveram tão alinhados”, opina.

A oferta de profissionais na área é tanta, que, na maioria das vezes, os estúdios nem precisam recorrer a voice talents, famosos que emprestam suas vozes para determinados personagens.  A estudante Maria Isabel do Nascimento, de 18 anos, por exemplo, prefere assistir a filmes dublados por causa das peculiaridades da língua portuguesa.

“A dublagem brasileira tem muita personalidade”, explica. “Pelas expressões, pelas gírias. Fica mais gostoso de assistir. Tem algumas piadas que nem aparecem na versão legendada”, conta a jovem. Com exceção dos documentários, que prefere assistir com o áudio original, Lucas Mendes, 22, também acredita que o áudio em português melhora sua experiência em frente às telonas e à TV. “Tenho uma compreensão melhor do filme em si”, completa.

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