metropoles.com

“Barata Ribeiro, 716” vence Festival de Gramado

O filme de Domingos de Oliveira ganhou os Kikitos de melhor filme e direção

atualizado

Compartilhar notícia

Divulgação
barata ribeiro, 716
1 de 1 barata ribeiro, 716 - Foto: Divulgação

Muito elogiado, “Barata Ribeiro, 716” venceu a 44º Festival de Gramado ganhando os Kikitos de melhor filme e direção (Domingos de Oliveira). Não levou também o que seria o mais óbvio Kikito de todos – o de melhor ator para Caio Blat – porque o júri resolveu surpreender. Antes tivesse ficado no lugar-comum, premiando Blat e Gustavo Machado, o Ronaldo Bôscoli de “Elis”, mas os prêmios de melhor ator para Paulo Tiefenthaler (“O Roubo da Taça”) e melhor coadjuvante para o diretor de “El Mate” (Bruno Knott) avalizam a opção dos selecionadores por comédias. Nada contra o gênero, em si, talvez contra essas comédias, especificamente.

Mas a opção do júri nacional foi interessante. Concentrou os prêmios em metade dos filmes da seleção. “Barata Ribeiro”, sim – o filme recebeu também os Kikitos de melhor atriz coadjuvante e trilha -, “O Roubo da Taça” e “El Mate”. “O Silêncio do Céu”, de Marco Dutra, preferido da crítica, ganhou o especial do júri. “Elis”, de Hugo Prata, Kikito de melhor filme do público, ganhou melhor montagem e atriz, a extraordinária Andréia Horta. Só um golpe do júri teria tirado dela o troféu. Na competição latina, outro júri optou por dividir os prêmios – melhor filme (e ator) para o paraguaio “Guaraní”, de Luis Zorraquín, e melhor diretor para o chileno Fernando Lavanderos, que também levou o prêmio da crítica.

Belo como é o filme paraguaio – sobre a viagem de um avô com sua neta, atravessando o Paraguai rumo a Buenos Aires -, “Sin Norte” talvez tenha sido o melhor filme de todo o festival.

Outra viagem, a de um homem que parte para o Norte do Chile em busca da mulher, que o abandonou. Por que? Ele segue seus passos Dessa relação moribunda, descobre um país devastado, paisagens desoladas (as geográficas e as humanas). Chega a um dolorido encontro consigo mesmo. O júri atribuiu o prêmio de melhor atriz à codiretora de “Las Toninas Van al Este”, Verônica Perrotta, e o especial ao argentino-brasileiro “Esteros”, de Papu Curotto, que também recebeu o Kikito de melhor filme do júri popular.

Ao longo de oito dias, desde a sexta (2/9), o festival foi marcado por manifestações de repúdio ao governo agora efetivo. “Fora, Temer” foi a palavra de ordem mais ouvida no palco do Palácio dos Festivais e, no encerramento, na noite de sábado (3/9), houve uma manifestação em bloco dos curtas-metragistas. Justamente, os curtas.

Considerada como um todo, mesmo na sua diversidade, foi uma seleção muito boa e rigorosa. Mais que qualquer longa – o de Domingos, sobre a juventude pré-golpe civil-militar de 1964, pode ser também sobre a juventude atual -, os curtas espelharam a crise brasileira. Trouxeram a voz da periferia, das mulheres trans, dos quilombolas. Uma seleção forte. O júri premiou um curta cativante – o brasiliense “Rosinha”, de Gui Campos. A crítica, visionariamente, premiou “Lúcida”, de Fábio Rodrigo e Caroline Neves. Se fosse preciso escolher um filme para sintetizar todo o festival de 2016, seria o curta da periferia.

Compartilhar notícia

Todos os direitos reservados

Quais assuntos você deseja receber?

sino

Parece que seu browser não está permitindo notificações. Siga os passos a baixo para habilitá-las:

1.

sino

Mais opções no Google Chrome

2.

sino

Configurações

3.

Configurações do site

4.

sino

Notificações

5.

sino

Os sites podem pedir para enviar notificações

metropoles.comEntretenimento

Você quer ficar por dentro das notícias de entretenimento mais importantes e receber notificações em tempo real?