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Animações indicadas ao Oscar encantam mais os adultos do que as crianças. Entenda por quê

Temas como melancolia, atribulações da vida urbana e trabalho permeiam tanto o produto Pixar “Divertida Mente” quanto o brasileiro “O Menino e o Mundo”

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Disney/Pixar/Divulgação
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1 de 1 Disney/Pixar/Divulgação - Foto: Disney/Pixar/Divulgação

Na comparação com qualquer outra categoria, a disputa pelo Oscar de melhor animação é a que revela mais inclinação para a diversidade de temáticas e gêneros. Apesar de traços envolventes, “Anomalisa”, “Divertida Mente”, “As Memórias de Marnie”, “O Menino e o Mundo” e “Shaun, o Carneiro” guardam mais atrativos para o público adulto do que para as crianças.

O critério de popularidade infantil, por sinal, parece ter sido levemente escanteado pelos votantes. Foram ignorados títulos como “Minions”, desenho de maior bilheteria no último ano, com US$ 1,159 bilhão de arrecadação mundial.

Também ficaram de fora as fofuras mostradas em “Cada um na Sua Casa”, “Hotel Transilvânia 2”, “Snoopy e Charlie Brown – Peanuts, o Filme” e “O Bom Dinossauro”, um filme considerado ingênuo para os padrões “adultos” da Pixar.

Os cinco indicados compartilham de temáticas mais acessíveis aos crescidos: melancolia, solidão e reflexão sobre aspectos da vida urbana, como trabalho, tédio e corporativismo.

Veja detalhes sobre o que as animações do Oscar 2016 reservam para adultos e crianças:

“Anomalisa” (Paramount Pictures/EUA)
Para adultos: o fato de ter Charlie Kaufman como diretor (e autor da peça que gerou o filme) reforça as estranhezas apropriadas somente para adultos (ou maiores de 14 anos). O roteirista de “Adaptação” e “Brilho Eterno de uma Mente Sem Lembranças” leva todos os seus medos e chateações para este drama existencial.

Para crianças: nada, nadinha. Os traços em stop-motion soam bizarros demais para os pequenos. Marionetes perturbadoras, feitas com linhas divisórias e movimentos robóticos, passeiam por temas adultos como sexualidade e solidão.

Leia crítica e consulte salas e horários

“Divertida Mente” (Disney/Pixar/EUA)
Para adultos: ambientado na mente de uma garotinha que acaba de se mudar, o filme é protagonizado pelos sentimentos Alegria, Medo, Nojinho, Raiva e Tristeza. Para quem já tem alguns aninhos de estrada, a trama entrega melancolia à beça, com constantes observações sobre a dor de crescer e a saudade da infância.

Para crianças: as cores exuberantes encantam meninos e meninas, bem como as emoções personificadas. Garotinha de sentimentos confusos diante de tanta novidade (cidade, casa, amigos), Riley representa certos momentos essenciais da infância: o medo de amadurecer, a transição para a adolescência e os limites cada vez mais próximos entre Alegria e Tristeza.

Disponível no Net Now e em DVD e Blu-ray

“As Memórias de Marnie” (Ghibli/Japão)
Para adultos: filme de despedida do cultuado estúdio Ghibli (“A Viagem de Chihiro”), este sensível conto sobre abandono parece um drama protagonizado por atores reais, sem grandes arroubos visuais. Ainda que convencional demais na comparação com outros trabalhos da produtora, “Marnie” é mais um título feito na medida para o público cinéfilo.

Para crianças: Aqui, uma garotinha órfã e asmática encontra sentido na vida ao fazer amizade com uma misteriosa menina. O visual comedido pode chatear as crianças que esperam a costumeira verve imaginativa das animações japonesas. Mas quem tem entre 10 e 12 anos pode terminar o filme às lágrimas pela imediata conexão com as personagens.

Lançado em 19 de novembro de 2015 no Brasil, mas não estreou em Brasília

“O Menino e o Mundo” (Filme de Papel/Brasil)
Para adultos
: um menino criado no interior rural viaja para a cidade em busca do pai. Lá, ouve os ruídos do trânsito, vê máquinas a engolir árvores e observa seres humanos todos parecidos, numa eterna marcha para o trabalho. Acostumados à rotina de obrigações corporativas e estresse diário, os crescidos devem enxergar melancolia urbana em praticamente cada frame.

Para crianças: o visual algo carnavalesco da primeira metade é logo substituída pelas cores esmaecidas da cidade. A envolvente trilha sonora e os diálogos falados ao contrário atraem facilmente a atenção dos pequenos. Pouco tradicional, a estética baseada em espaços negativos e colagens pop talvez não sejam tão acessíveis aos pequenos.

Leia críticaconsulte salas e horários

“Shaun, o Carneiro” (Aardman/Inglaterra)
Para adultos
: o estúdio de “A Fuga das Galinhas” (2000) volta a flagrar a fuga de bichinhos espertos de sua rotina maçante. Shaun consegue libertar os amigos da fazenda em que vivem. Quando o dono perde a memória, ele tentará fazer com que o chefe volte para casa são e salvo. A premissa soa bobinha, mas o filme apresenta sutilezas surpreendentes, baseadas tanto no humor físico quanto em referências pop.

Para crianças: a Aardman continua líder comercial e artística quando o assunto é animação em stop-motion. Em “Shaun”, as patetices arrancam risadas fáceis, bem como a charmosa ausência de diálogos. Apesar de uma ou outra sacada irônica, é o desenho mais infantil entre os indicados ao Oscar – o que, veja bem, está longe de ser um demérito.

Disponível em DVD

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