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Adão Cândido é vaiado em abertura do 52º Festival de Brasília

Evento teve início nesta sexta-feira (22/11/2019), e vai até o dia 1º de dezembro, no Cine Brasília (107/108 Sul) e em outros pontos do DF

atualizado

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Igo Estrela/Metrópoles
Festival de Brasília
1 de 1 Festival de Brasília - Foto: Igo Estrela/Metrópoles

Nada poderia preparar o público e os convidados para o que aconteceu na noite de abertura do 52° Festival de Brasília do Cinema Brasileiro na noite de sexta-feira (22/11/2019). O atraso de mais de uma hora para a o início da cerimônia deixou os ânimos inflamados, mas nada próximo do conteúdo dos protestos do primeiro dia de competição do festival de cinema mais politizado do país.

A cerimônia seguia o protocolo com entrega dos prêmios especiais, inúmeras homenagens e discurso de patrocinadores até a apresentadora da noite, a atriz Maria Paula, chamar o secretário de Cultura para discursar ao palco do Cine Brasília. O público preencheu todo o background da extensão do discurso de Adão Cândido com vaias e gritos de “Fora, Adão!”.

O secretário de governo não interrompeu sua fala mas chegou a debater com os manifestantes.”O que vocês estão fazendo é postura anti-democrática! Estão manchando a história do Festival de Brasília”, retrucou Cândido. “Vocês não vão nos parar. Nós somos o futuro do cinema no Brasil”, finalizou em meio aos protestos generalizados do público.

Antes da cerimônia começar, Cândido havia explicado que o Festival de Brasília passou por inúmeras restrições orçamentárias mas seria uma edição com a marca e a tradição do Festival de Brasília. “Nós mantivemos todas as tradições do maior festival de cinema do Brasil e mantivemos a diversidade na temática e escolha dos filmes sem preconceito”, definiu o secretário.

Os protestos se resfriaram por instantes para dar lugar à homenagem ao ator Stepan Nercessian pelo conjunto da obra. “Eu sou daqui de Cristalina, morava em Goiânia e vinha para Brasília ainda na época da construção. Eu sou como um candango que talvez nunca receberam o que reconhecimento que mereciam”, disse o ator emocionado.

Um dos mais antigos organizadores do Festival de Brasília, o baiano Fernando Adolfo recebeu a Medalha Paulo Emílio Salles Gomes pelas enormes contribuições aos festival. Emocionado, Adolfo dedicou o prêmio ao crítico de cinema e fundador do Festival, Paulo Emílio Salles Gomes. “Esse festival foi criado por um desbravador do cinema”, declarou sobre o pioneiro.

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A documentarista Debora Diniz não pôde estar na cerimônia, mas enviou um vídeo de agradecimento ao prêmio concedido pela Associação Brasiliense de Cinema e Vídeo (ABCV). No vídeo gravado no exterior, Debora se emocionou com a homenagem “é muito importante ser lembrada num momento tão delicado como esse”, disse a cineasta que saiu do país por conta de ameaças recebidas por seu trabalho com Direitos Humanos.

Restava apenas a apresentação do filme da noite, O Traidor, exibido fora da competição. Subiram ao palco da cerimônia, os produtores Gullane e a atriz Maria Fernanda Cândido. O diretor italiano Marco Bellochio também não pôde comparecer mas mandou mensagem de texto se desculpando pela ausência devido a campanha do filme para o Globo de Ouro.

Maria Fernanda Cândido, a brasileira no elenco da co-produção entre Brasil, Itália, Alemanha e França, relembrou o retorno ao festival de Brasília. “Esse é o festival que pensa o cinema brasileiro”, disse. Assim que a equipe do filme deixou o palco um manifestante do Movimento da Cultura do DF ensaiou a leitura de um manifesto em cena aberta. A leitura da carta aberta ao povo de Brasília quase foi interrompida pela presença de um segurança que tentou retirar o manifestante do palco.

O segurança foi demovido da ação pelo cerimonial, mas o representante não conseguiu ler o documento (distribuído pela plateia) na íntegra quando o microfone que ele utilizava foi cortado. Entre outras reivindicações, a carta pedia o cumprimento do edital do FAC e respeito pela identidade do cinema local por parte da atual gestão da Secretária de Cultura.

a interrupção do manifesto foi tratado como censura pela plateia e a apresentadora da noite, Maria Paula, por pouco não conseguiu terminar de ler as informações da programação devido ao barulho das vaias.  No final das contas, o Festival de Brasília do Cinema Brasileiro manteve a tradição polêmica que o acompanha desde a sua criação.

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