UnB conclui adaptação às aulas on-line nesta sexta-feira

DCE buscará junto com as faculdades medidas para garantir as mesmas condições entre os estudantes na aulas remotas

Francisco Dutra
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A Universidade de Brasília (UnB) completa a fase de adaptação às aulas on-line nesta sexta-feira (4/9). Isso significa que as aulas entram em ritmo mais intenso e as avaliações poderão ser iniciadas.

Segundo a UnB, desde 17 de agosto, data do retorno das aulas no modelo remoto, a plataforma digital Aprender 3 apresentou bom desempenho, ficando disponível 99% do período de teste e ambientação. De lá para cá, a plataforma contou com 54 mil usuários cadastrados.

Ao longo do período de adaptação, a UnB lançou três editais de inclusão digital. Aproximadamente, 3 mil alunos foram contemplados. A universidade também aderiu a projeto do Ministério da Educação (MEC) para melhorar o acesso à internet.

O edital da nova parceria ainda será lançado. Estão previstos cerca de 2.700 chips para a UnB, conforme a demanda.

A universidade adotou o modelo remoto para retomar as aulas durante a pandemia do novo coronavírus, a fim de conter a disseminação da Covid-19 entre alunos, professores e servidores. Nessa quinta-feira (3/9), uma professora da UnB morreu vítima da doença.

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Condições iguais

Segundo o coordenador-geral do Diretório Central dos Estudantes (DCE), Victor Carvalho, grande parte dos estudantes de baixa renda foram inseridos nas iniciativas que previam entrega de equipamentos e de acesso à internet durante a ambientação.

Contudo, segundo ele, parcela dos alunos carentes ainda não recebeu computador e chip para acesso à banda larga. Por isso, de acordo com o DCE, os estudantes em vulnerabilidade não tiveram tempo para assimilar o novo formato das aulas.

De acordo com Carvalho, o DCE tentará mediar junto aos departamentos da universidade medidas para garantir o equilíbrio de condições entre os estudantes.

Apesar disso, o diretório avaliou bem a plataforma oferecida pela universidade na retomada das aulas no modelo remoto. “O sistema é estável. Não recebemos relato de nenhum problema”, pontuou Victor Carvalho.

Corpo discente dividido

Entre os estudantes, o modelo remoto divide opiniões. Para a aluna de pedagogia Maria Júlia Oliveira Dias, as aulas on-line estão aprovadas. “A plataforma está funcionando bem, os professores estão sendo bem solícitos, não tem nada que precise melhorar”, afirmou.

Na avaliação da docente, que cursa o 2º semestre de pedagogia, o novo modelo demanda atenção redobrada com os horários, “pois cada professor tem feito da sua forma e com datas [diferentes] de entrega das coisas nas plataformas”, explicou. Apesar de recomendar o uso da Aprender 3, a instituição deixou os docentes livres para usar outras plataformas de sua preferência.

Para o estudante do 5º semestre de farmácia Hugo de Oliveira, o modelo remoto não é positivo. “Vejo que as aulas EAD prejudicam o aprendizado. Faço farmácia. Muitas das aulas que tenho são de laboratório, teórico-práticas. Então a gente está perdendo muita oportunidade de ter o conhecimento correto”, afirmou.

“Tem professor que deixa a aula gravada. Tem professor que não deixa. Tem professor que usa uma plataforma. Tem professor que usa outra. Isso bagunça a nossa mente”, explicou o aluno, que cursa oito disciplinas. Hugo não confia na promessa de reposição dos conteúdos após a volta às aulas presenciais. “E, se acontecer, não vai ter a mesma qualidade”, lamentou.

Maior desafio

Do ponto de vista da reitora Marcia Abrahão, reeleita recentemente, o maior desafio será a retomada das aulas presenciais após a pandemia.

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