“Tivemos sorte que não pegou fogo”, diz médico sobre queda de helicóptero
André Japiassú bateu a cabeça e teve ajuda de socorristas que estavam na aeronave para deixar o local. Helicóptero do CBMDF caiu
atualizado
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É com otimismo que o médico André Japiassú (foto em destaque), 32 anos, prefere lembrar da queda do helicóptero do Corpo de Bombeiros (CBMDF), que ocorreu na manhã da última quinta-feira (30/7), em Vicente Pires. Ele era um dos cinco ocupantes da aeronave. “Tivemos muita sorte que não pegou fogo”, avalia.
O profissional de saúde trabalha no Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) há sete anos – cinco deles, no atendimento aéreo com a equipe do CBMDF. Durante a queda da aeronave, ele sofreu um corte na cabeça e ficou desacordado.
Segundo contou ao Metrópoles, ele nunca havia sofrido um acidente como esse. “Eu lembro que estávamos descendo para o pouso quando subiu muita poeira. Depois, só deu para ver que ia bater, mas já não dava para evitar”, narra.
André relata que, após a queda, foi ajudado pelos colegas que estavam no helicóptero a deixar a aeronave. “O que mais me marcou foi que tanto a enfermeira quanto o sargento ficaram em pé no combustível, ensopados, tentando me acordar. Eles ficaram até me salvar. Devo muito aos dois, com certeza”, destaca.
Após os cinco se afastarem do helicóptero, a enfermeira do Samu Vanessa Rocha, que também era passageira, realizou os procedimentos de primeiros socorros em André. “Eu ainda demorei um tempo para entender o que havia acontecido. Agora eu sei como é estar do lado da vítima”, diz ele.
Após a chegada do socorro, André foi conduzido ao Hospital HOME, na Asa Sul.
O médico do Samu precisou levar pontos na cabeça e está afastado do trabalho por 10 dias. Após o susto, ele demonstra gratidão por todos terem saído do episódio com vida.
“Nós tivemos muita sorte”, reforça.
A ocorrência
O helicóptero se deslocava para atendimento de uma vítima de parada cardiorrespiratória, que acabou falecendo antes da chegada da aeronave. Segundo a Secretaria de Saúde, o Samu recebeu o chamado da ocorrência em Vicente Pires e direcionou “motolâncias” ao local, pois a chegada seria mais rápida.
No endereço, o socorro iniciou manobras de ressuscitação da vítima e solicitou auxílio do helicóptero, “devido à gravidade do caso”. Antes da chegada da aeronave, contudo, foi constatado o óbito do paciente.
A queda
A aeronave tentou pousar, mas a proximidade ao solo levantou poeira e prejudicou a visão do piloto. O helicóptero acabou batendo no telhado de uma faculdade desativada e, depois, caindo.
Na queda, a aeronave atingiu um carro que estava estacionado no local. Por sorte, não havia ninguém dentro do veículo.
Cinco pessoas estavam na helicóptero no momento do acidente. Os ocupantes eram o tenente-coronel Moisés Alves Barcelos (piloto); o major Vinicius Santos Silva; o 2° Sargento Agni de Souza Lacerda; o médico André Japiassú e a enfermeira Vanessa Rocha, do Samu. Ninguém se feriu gravemente, mas todos os tripulantes foram encaminhados a hospitais para avaliação e liberados em seguida.