metropoles.com

TCDF vota concessão do Mané Garrincha. MPC é contra licitação atual

Conselheiros analisam ação que pode liberar, suspender ou anular certame da ArenaPlex. Área engloba complexo esportivo em volta do estádio

atualizado

Compartilhar notícia

Igo Estrela/Metrópoles
estádio mané garrincha
1 de 1 estádio mané garrincha - Foto: Igo Estrela/Metrópoles

Dois dias após a Câmara Legislativa aprovar a flexibilização do uso da área denominada ArenaPlex, a qual inclui o Estádio Nacional de Brasília Mané Garrincha, o Ginásio Nilson Nelson e o Complexo Aquático Cláudio Coutinho, o Tribunal de Contas do Distrito Federal (TCDF) volta a analisar o caso. Os conselheiros da Corte de Contas vão votar em plenário se autorizam a concessão da localidade à iniciativa privada. O processo de licitação está suspenso desde março de 2018 devido a uma série de irregularidades e inconsistências no projeto.

Embora ainda não tenha sido divulgado o voto do relator do caso, conselheiro Paulo Tadeu, a matéria vai a plenário com parecer do Ministério Público de Contas local (MPC-DF) contrário à concessão, que inclui a gestão, a manutenção, a operação, a exploração e a modernização do Centro Esportivo de Brasília pelo prazo de 35 anos.

Há anos o Governo do Distrito Federal (GDF) tenta se livrar da administração do Mané Garrincha e adjacências, e o entendimento do procurador Marcos Felipe Pinheiro é um banho de água fria nas pretensões do Executivo distrital.

O MPC-DF recebeu a análise do Núcleo de Fiscalização de Obras (NFO) após a apresentação de documentos por parte da Agência de Desenvolvimento do Distrito Federal (Terracap) para tentar manter o certame. A Terracap é a atual responsável pelo estádio.

Vale ressaltar que as novas informações trazidas pela Terracap não espancaram ou sequer minimizaram as irregularidades apontadas pelo Corpo Técnico. Pelo contrário. A partir da análise realizada pelo NFO na Nota Técnica nº 07/18 – NFO, constata-se, de forma cristalina, que as irregularidades são ainda mais graves do que as apuradas anteriormente

Trecho do parecer do procurador Marcos Felipe Pinheiro

O procurador do MPC-DF considera “intransponível” a necessidade de a Terracap anular o presente certame, elaborando outra solução. Para ele, a nova licitação deve cumprir “todos os requisitos técnicos e legais mencionados na instrução, além de conceber um regime e um modelo econômico-financeiro de concessão capaz de equiponderar os direitos e deveres dos atores envolvidos, quais sejam, a concessionária, a sociedade e o governo”.

Justificativas
No documento, que será submetido ao crivo dos conselheiros, o procurador considerou: “Não foram apresentados elementos suficientes para alterar o posicionamento constante da informação, e que não procedem as alegações relativas à existência de insegurança jurídica decorrente da suspensão do certame, ou de descrédito da administração pública”.

Pinheiro foi enfático: “A atuação deste Tribunal está voltada à preservação do patrimônio público e aos anseios sociais, na medida em que visa à observância do princípio da supremacia do interesse público sobre o privado”.

Veja parecer completo:

MPC-DF: parecer sobre ArenaPlex by Metropoles on Scribd

 

Irregularidades
Em 8 de março, o TCDF paralisou o processo por detectar ao menos seis irregularidades. Entre elas, a ausência de critérios objetivos para qualificação de propostas técnicas e a possibilidade de as empresas indicarem o valor para a outorga em fase anterior à avaliação desse quesito.

Segundo o tribunal, tais inconsistências poderiam influenciar o resultado da licitação e ocasionar a caracterização imprecisa do objeto do certame. Nesse intervalo, a Terracap forneceu as informações solicitadas, e o corpo técnico fez as análises. No entanto, os argumentos não convenceram o Ministério Público de Contas.

Decisão na Câmara Legislativa
Enquanto o MPC-DF considera desvantajosa a concessão, os deputados distritais aprovaram o Projeto de Lei Complementar (PLC) n° 140/2018, que permite a transferência dos equipamentos públicos a um consórcio privado.

Atualmente, apenas ações desportivas e de entretenimento são permitidas no local. Segundo a Terracap, gestora da arena, o GDF tem R$ 13 milhões de prejuízo anuais devido à falta de uso do conjunto esportivo.

Para a concessão da ArenaPlex ser votada, os deputados precisaram realizar a tramitação das comissões dentro do plenário. Duas emendas da bancada do PT deixaram como obrigatória a permissão para que os ônibus interestaduais utilizem o estacionamento do estádio. Outra limitou a altura de novas construções.

Compartilhar notícia

Todos os direitos reservados

Quais assuntos você deseja receber?

sino

Parece que seu browser não está permitindo notificações. Siga os passos a baixo para habilitá-las:

1.

sino

Mais opções no Google Chrome

2.

sino

Configurações

3.

Configurações do site

4.

sino

Notificações

5.

sino

Os sites podem pedir para enviar notificações

metropoles.comDistrito Federal

Você quer ficar por dentro das notícias do Distrito Federal e receber notificações em tempo real?