Sem água, escolas cancelam aulas e prejudicam alunos em Sobradinho
Interrupções constantes no fornecimento do recurso têm afetado a rotina nos colégios da região administrativa
atualizado
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A pior crise hídrica da história do Distrito Federal tem comprometido o funcionamento de escolas públicas. Em Sobradinho, pelo menos três colégios enfrentam dificuldades para receber os quase 4 mil alunos. A fim de minimizar o impacto na educação de crianças e adolescentes, as diretorias têm reduzido os turnos, mas, quando a situação se torna insustentável, as aulas são suspensas.
O Centro de Ensino Infantil 2 — que tem 430 crianças entre 4 e 5 anos — ficou sem água no começo da tarde da terça-feira (24/10). Segundo a diretora da instituição, Sinthya Sathler Aguiar, o problema é constante. “Por enquanto, não suspendemos as aulas, mas se chegar ao ponto de não termos água nos filtros, não teremos escolha”, relatou.
Na última quarta-feira (18/10), o Centro de Atenção Integral à Criança (Caic) Júlia Kubitschek também amanheceu com as torneiras secas. A escola, que atende 1.732 alunos de 4 a 15 anos, teve de ser fechada na quarta e na quinta-feira (19/10).
“Estamos funcionando em turnos reduzidos, de 7h30 às 10h, e das 13h às 15h30. Além disso, apenas quatro dos 26 banheiros estão em condições de uso. Também tivemos que cortar a água de alguns bebedouros”, lamentou o supervisor da instituição, José Ribamar Araújo.
O diretor do Centro de Ensino Fundamental 3, Robson de Paiva Salazar, conta que a unidade está no limite. “Suspendemos a lavagem do pátio e usamos a pouca água que temos apenas para consumo e lavagem dos banheiros. Se a situação não melhorar, vamos suspender as aulas”, declarou.
Segundo Salazar, a água da escola não tem pressão e, muitas vezes, é impossível abastecer os bebedouros da instituição, que atende 1,2 mil estudantes. “Tentamos amenizar o calor reduzindo o turno matutino e estendendo o intervalo do vespertino. Além disso, tiramos os alunos de salas onde há incidência de sol. Mesmo assim, todos os dias eles passam mal”, observou.A Escola Classe 14, que atende 560 alunos de 4 a 10 anos, ficou sem aulas na última quarta-feira (18/10) pelo mesmo problema. A diretora da instituição, Janete Alves, informou que a medida foi necessária porque a instituição de ensino amanheceu sem água. “No calor, as crianças consomem mais água e usam muito o banheiro. Precisamos hidratá-las, fazer lanche e lavar os banheiros. Como fazer isso sem água?”, questionou.
Reabastecimento
Apesar dos relatos colhidos pela reportagem do Metrópoles, a Secretaria de Educação do DF informou, por meio de nota, que nenhum colégio público está sem aulas devido à falta de água. A Pasta garantiu que, em parceria com a Companhia Urbanizadora da Nova Capital do Brasil (Novacap), tem conseguido mandar carros-pipa para todas as escolas que demandam.