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Sem água, escolas cancelam aulas e prejudicam alunos em Sobradinho

Interrupções constantes no fornecimento do recurso têm afetado a rotina nos colégios da região administrativa

atualizado

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Rafaela Felicciano/Metrópoles
torneira, falta agua
1 de 1 torneira, falta agua - Foto: Rafaela Felicciano/Metrópoles

A pior crise hídrica da história do Distrito Federal tem comprometido o funcionamento de escolas públicas. Em Sobradinho, pelo menos três colégios enfrentam dificuldades para receber os quase 4 mil alunos. A fim de minimizar o impacto na educação de crianças e adolescentes, as diretorias têm reduzido os turnos, mas, quando a situação se torna insustentável, as aulas são suspensas.

O Centro de Ensino Infantil 2 — que tem 430 crianças entre 4 e 5 anos — ficou sem água no começo da tarde da terça-feira (24/10). Segundo a diretora da instituição, Sinthya Sathler Aguiar, o problema é constante. “Por enquanto, não suspendemos as aulas, mas se chegar ao ponto de não termos água nos filtros, não teremos escolha”, relatou.

Na última quarta-feira (18/10), o Centro de Atenção Integral à Criança (Caic) Júlia Kubitschek também amanheceu com as torneiras secas. A escola, que atende 1.732 alunos de 4 a 15 anos, teve de ser fechada na quarta e na quinta-feira (19/10).

“Estamos funcionando em turnos reduzidos, de 7h30 às 10h, e das 13h às 15h30. Além disso, apenas quatro dos 26 banheiros estão em condições de uso. Também tivemos que cortar a água de alguns bebedouros”, lamentou o supervisor da instituição, José Ribamar Araújo.

O diretor do Centro de Ensino Fundamental 3, Robson de Paiva Salazar, conta que a unidade está no limite. “Suspendemos a lavagem do pátio e usamos a pouca água que temos apenas para consumo e lavagem dos banheiros. Se a situação não melhorar, vamos suspender as aulas”, declarou.

Segundo Salazar, a água da escola não tem pressão e, muitas vezes, é impossível abastecer os bebedouros da instituição, que atende 1,2 mil estudantes. “Tentamos amenizar o calor reduzindo o turno matutino e estendendo o intervalo do vespertino. Além disso, tiramos os alunos de salas onde há incidência de sol. Mesmo assim, todos os dias eles passam mal”, observou.

A Escola Classe 14, que atende 560 alunos de 4 a 10 anos, ficou sem aulas na última quarta-feira (18/10) pelo mesmo problema. A diretora da instituição, Janete Alves, informou que a medida foi necessária porque a instituição de ensino amanheceu sem água. “No calor, as crianças consomem mais água e usam muito o banheiro. Precisamos hidratá-las, fazer lanche e lavar os banheiros. Como fazer isso sem água?”, questionou.

Reabastecimento
Apesar dos relatos colhidos pela reportagem do Metrópoles, a Secretaria de Educação do DF informou, por meio de nota, que nenhum colégio público está sem aulas devido à falta de água. A Pasta garantiu que, em parceria com a Companhia Urbanizadora da Nova Capital do Brasil (Novacap), tem conseguido mandar carros-pipa para todas as escolas que demandam.

A Companhia de Saneamento Ambiental do Distrito Federal (Caesb) afirmou que a vazão do Rio Pipiripau, que abastece a região, mantém-se estável, em torno de 270 litros por segundo. A concessionária defende que a quantidade de água no reservatório é suficiente para abastecer as regiões de Planaltina e Sobradinho sem interrupções, mas admite algumas dificuldades pontuais.

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