Vídeo mostra policial da CLDF baleado por agente penitenciário

Segundo testemunhas, servidor da Câmara Legislativa estava alterado e teria ameaçado o dono de bar no Sudoeste

Suzano Almeida ,
Mirelle Pinheiro ,
Fernando Caixeta
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O Metrópoles teve acesso ao vídeo que mostra a discussão na qual um policial da Câmara Legislativa do Distrito Federal (CLDF) fica ferido após ser baleado por um agente penitenciário do estado do Tocantins. O relógio da câmera de segurança marca 2h50 da madrugada do dia 12 de outubro. Nas imagens, é possível ver o policial ao centro, em frente ao bar Koal, no Sudoeste. Na filmagem, o servidor da CLDF parece se afastar de onde o atirador estava, enquanto o agente permanece fora do quadro.

Em certo momento, o policial saca e aponta a arma, mas é surpreendido com a reação. Apesar de ela não aparecer na imagem, é possível ver os clarões dos tiros que partem da arma do agente. De acordo com testemunhas, o servidor do Legislativo local estava alterado e, após uma discussão, apontou a arma para os funcionários do estabelecimento. O tocantinense reagiu e o atingiu na região da virilha. Após ser ferido, o homem foi levado ao Hospital de Base do Distrito Federal (HBDF).

Segundo um segurança da localidade, o homem de 45 anos chegou ao estabelecimento desarmado, não se identificou como policial legislativo, passou pela revista e se encontrou com um grupo de amigas que estava no local. Uma das mulheres começou a passar mal e vomitou. Os brigadistas teriam se aproximado para socorrê-la, mas foram impedidos.

Ainda de acordo com o funcionário, as amigas da moça a levaram para o banheiro feminino, onde o atendimento médico foi feito. O policial teria tentado entrar no toalete, mas acabou impedido por seguranças, dando início à confusão e a um bate-boca. Colocado para fora do bar, tentou voltar, alegando que precisava pagar a conta.

Um dos proprietários teria avisado que não era necessário. O segurança relatou aos investigadores que, nesse momento, o policial legislativo começou a filmar o dono do bar e afirmou que o empresário era um “homem morto”.

Versão

O autor dos disparos, o agente penitenciário de 34 anos, apresentou-se na 3ª Delegacia de Polícia (Cruzeiro) e deu a versão dele sobre o que ocorreu. Segundo o depoimento, o policial legislativo, após ser expulso pelos seguranças, voltou armado e ameaçou o proprietário do local. O dono do bar teria dito para o policial se acalmar, ir para casa e não arrumar confusão. De acordo com o relato, ele respondeu: “Você vai ver a confusão agora” – e sacou a arma.

Ele diz ter ouvido o barulho do gatilho sendo acionado, mas que a arma não disparou. Ele reagiu e baleou o policial na região das pernas. O agente entregou a arma para a polícia. A pistola e os carregadores usados pela vítima também foram recolhidos.

Os responsáveis pelo estabelecimento reforçaram o depoimento prestado pelo agente penitenciário e, ainda, ressaltaram que o policial legislativo estava arrumando confusão desde o momento em que tentou se relacionar com uma mulher que se encontrava no bar.

Alcoolizada, ela teria contado com a ajuda de algumas amigas para evitar que fosse agarrada pelo policial, segundo os donos do bar. Após ser colocado para fora por seguranças, o policial se irritou mais e teria retornado armado, com cartuchos para recarregar a arma.

A reportagem entrou em contato com Secretaria de Cidadania e Justiça do Estado do Tocantins. A pasta informou que ainda não foi notificada sobre a ocorrência, mas que, a partir de agora, vai acompanhar o andamento do processo.

O Metrópoles solicitou um posicionamento da Câmara Legislativa, mas não obteve retorno. O espaço está aberto para eventuais manifestações.

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