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Polícia mira empresários envolvidos com o tráfico em boates do DF

Dois estabelecimentos na capital foram alvos da operação. Ao contrário do informado inicialmente pela PCDF, Yurb não é investigada

atualizado

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1 de 1 presos3 - Foto: Raimundo Sampaio/Esp Metrópoles

Um restaurante e uma casa de show são alvo da Polícia Civil do Distrito Federal na manhã desta segunda-feira (27/05/2019). Segundo as investigações, os donos dos estabelecimentos — uma no Pistão Sul, em Taguatinga, e outra no Lago Sul — são suspeitos de envolvimento com o tráfico de drogas sintéticas.

Policiais da Coordenação Especial de Combate à Corrupção, ao Crime Organizado, aos Crimes Contra a Administração Pública e aos Crimes Contra a Ordem Tributária (Cecor) cumprem 22 mandados de prisão e 28 de busca e apreensão.

A ação ocorre simultaneamente em várias regiões do DF, de Goiás e de Minas Gerais. Um dos locais na mira da polícia é um bar que fica dentro da boate Yurb, localizada às margens do Lago Paranoá, no Setor de Clubes Sul. Ao contrário do informado inicialmente pela PCDF, a Yurb e seus proprietários não são investigados.

Durante a operação no Paranoá, um dos suspeitos pulou do segundo andar de um prédio para tentar fugir da polícia. Ele foi alcançado e preso. Devido à queda, ele quebrou o tornozelo.

Os nomes do restaurante no Lago Sul e da boate em Taguatinga Sul não foram divulgados pela polícia.

As investigações foram iniciadas há sete meses. Conforme a PCDF, os suspeitos, que residem em Goiás e Minas, são fornecedores de ecstasy e LSD. Os entorpecentes abastecem a capital do país em larga escala e contam com uma complexa rede de distribuição, utilizando-se, principalmente, de motoristas de aplicativo para a distribuição dos entorpecentes. Há suspeita de que os condutores sabem do esquema e também lucravam com o tráfico.

Empresas também eram usadas para lavar o dinheiro obtido com a venda das substâncias ilícitas. Um dos investigados pode ter ligação com a facção criminosa Primeiro Comando da Capital (PCC).

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Entre os alvos, há empresários e DJ´s de Brasília que promovem festivais de música eletrônica. Eles se valiam da influência para comercializar grande volume de drogas nesses eventos.

Em nota, o Yurb explicou que desconhece qualquer tipo de prática ilícita em seu espaço, assim como de colaboradores que trabalham no local, e/ou operações terceirizadas do complexo. “O Yurb repudia o tráfico e o consumo de ilícitos e se coloca, como sempre esteve, à disposição para colaborar com autoridades”, diz o texto.

Tridente
A operação foi batizada de Tridente, pois ocorre simultaneamente no DF e em mais dois estados. O proprietário de uma das boates, a que fica em Taguatinga Sul, é um policial militar aposentado. Foram mobilizados cerca de 150 agentes e delegados. Também prestam apoio na operação policiais de outras unidades do Departamento de Polícia Especializada (DPE), da  Coordenação de Repressão às Drogas (Cord), da 6ª DP (Paranoá), da 13ª DP (Sobradinho), da Divisão de Operações Especiais (DOE) e ainda das Polícias Civis de Minas Gerais e de Goiás.

Família do tráfico
A primeira fase da operação foi deflagrada em outubro de 2018. A ação da 6ª Delegacia de Polícia desarticulou uma quadrilha de tráfico de drogas especializada na comercialização de entorpecentes sintéticos e cocaína. Os criminosos atuavam na região do Itapoã, Plano Piloto e Samambaia. Doze pessoas foram investigadas.

De acordo com a PCDF, uma família (pai, filho e nora) comandava o tráfico dessas substâncias. Ures Alves de Andrade, 44 anos, Luelson Mateus Diego de Andrade, 22, e Vanessa Sousa do Nascimento, 22, foram presos. Pai e filho têm passagens por tráfico. Eles moravam em uma chácara no Lago Norte.

Segundo o delegado Érico Mendes, a família era proprietária de um bar no Itapoã, usado como fachada para a venda de drogas. “A movimentação no bar incomodava os moradores. A investigação, inclusive, teve início após uma denúncia anônima”, explicou Mendes. “Apuramos que, semanalmente, um integrante da quadrilha ia até Goiânia para pegar as drogas. Eles pagavam cerca de R$ 15 por cada ecstasy e revendiam por R$ 50”, completou.

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Duas a cada mês
O uso de LSD e ecstasy tornou-se uma roleta-russa para os usuários de entorpecentes no Distrito Federal. Estudos apontam que, a cada seis dias, uma nova droga sintética surge no mundo. Essas composições inéditas são comercializadas por traficantes como se fossem substâncias conhecidas, e essa estratégia criminosa chegou a Brasília.

A Polícia Civil do Distrito Federal tem atestado a tendência, que pode ser mortal para quem consome drogas. Em apenas seis meses, de março a setembro de 2018, os peritos do Instituto de Criminalística (IC) da corporação identificaram 15 novas substâncias apreendidas nas ruas. Ou seja, duas drogas nunca antes vistas por mês, apenas na capital da República.

 

 

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