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PCDF identifica três suspeitos de matar jovem em pré-Carnaval

Envolvidos são maiores de idade e cometeram outros crimes antes de esfaquear Matheus Costa no bloco Quem Chupou Vai Chupar Mais

atualizado

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Reprodução/Instagram
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1 de 1 jovem-esfaqueado-bloco-carnaval - Foto: Reprodução/Instagram

A Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF) identificou três homens suspeitos de participação no assassinato do jovem Matheus Barbosa Magalhães Costa (foto em destaque), de 18 anos. Ele foi esfaqueado durante o bloco de pré-Carnaval Quem Chupou Vai Chupar Mais, em 8 de fevereiro, um sábado. As apurações são conduzidas pela 5ª Delegacia de Polícia (área central).

Segundo os investigadores, todos os envolvidos são maiores de idade e já haviam participado de outro roubo antes de matar Matheus. A principal linha adotada pela polícia é que o rapaz tenha sido vítima de latrocínio – roubo seguido de morte.

Por ora, a PCDF não dará mais detalhes sobre os criminosos para não comprometer a prisão do trio, o que deve ocorrer o mais rapidamente possível.

Matheus morreu após ser atingido na cabeça e no tórax. Ele chegou a dar entrada no Hospital de Base (HBDF) por volta de 20h45 do dia do crime, mas não resistiu aos ferimentos.

O jovem estava com dois amigos no bloco, ao lado do Museu da República, quando foi esfaqueado. Imagens registradas pelas câmeras de segurança instaladas nas redondezas ajudaram os policiais nas investigações.

Revolta

De acordo com o pai de Matheus, Eduardo Batista Barbosa, ainda não se sabe exatamente o que aconteceu para que o filho fosse assassinado, mas a dinâmica do crime indica a possibilidade de arrastão. “Fizeram uma corrente. Se tinha celular, pegavam. Se não tinha, levava facada”, destacou.

Segundo Eduardo, Matheus era uma pessoa batalhadora, tinha acabado de sair da barbearia onde trabalhava, na 305 Norte, antes de ser alvo de bandidos. “Morreu com a mochila nas costas. Tinha a identidade, uma marmita e a máquina de cortar cabelo”, relata o pai da vítima.

Eduardo não se conforma com a tragédia e espera que as autoridades consigam prender os culpados. “A única coisa que o governo me deu foi a Certidão de Óbito do meu filho. Eu gostaria muito que a segurança pública não deixasse mais essa barbaridade acontecer”, pediu.

Em balanço divulgado um dia após o evento – que não tinha toda a documentação exigida para desfilar –, a Secretaria de Segurança Pública (SSP-DF) informou que Corpo de Bombeiros realizou 12 atendimentos no bloco por ferimentos de arma branca, embriaguez, queda e brigas.

Veja imagens de confusão no bloco Quem Chupou Vai Chupar Mais:

Confusão

O jovem Yuri Kainã, 18, era amigo de Matheus e encontrou com o barbeiro durante o bloco. “A gente se viu e passou a andar juntos. Depois de um tempo, teve uma briga envolvendo um amigo nosso e eu acho que os outros caras o marcaram”, conta.

Após outra confusão generalizada, Yuri perdeu contato com Matheus e só voltou a vê-lo depois da facada. “Ele ficou sozinho. Aqueles que brigaram antes devem ter visto a oportunidade e atacaram”, especula.

Segundo Yuri, Matheus não deixava nenhum amigo apanhar. “Teve uma vez que 10 quiseram me bater durante um futebol e ele foi lá me defender”, lembra.

Tia de Matheus, Cláudia Magalhães, 47, também não entende o acontecido. “Não tem explicação. Um grupo de pessoas sair armado de faca, canivete, punhal para matar pessoas. Isso é muito triste”, lamenta.

O estudante estava em uma fase da vida em que buscava independência e se sentia muito alegre, conta a tia de Matheus. “Ele estava doido para fazer 18 anos. Muito feliz que começou a ganhar o dinheiro dele”, lembra.

As lembranças que ficam, no entanto, são boas. Gabriel Afonso, 22, que conhecia Matheus desde os 11, afirma que o jovem era uma pessoa muito boa. “Fazia nada de errado com ninguém. Moleque bom”, diz emocionado.

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Sem celular

O tio de Matheus, Antônio Carlos Magalhães Costa, 55, lembra que ainda foi pedido para que ele tomasse cuidado. “Saiu de casa e avisou que passaria no bloquinho. A avó ainda disse para não ir, que era perigoso e precisava tomar cuidado. Mas jovem é assim mesmo”, comenta.

Sem celular, o jovem não deu notícias durante o evento, e Antônio recebeu uma ligação da Polícia Civil. “Foi muito triste ter de ir lá para reconhecer o corpo”, diz.

O tio ainda faz um apelo às forças de segurança para que não deixem essas brigas acontecerem também no Carnaval. “Quero pedir para a Segurança Pública que não aconteça mais isso. A gente sabe que o policiamento era fraco naquele momento e ele demorou a ser atendido”, finaliza.

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