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Ex-policial fingia ser do Detran-DF e cobrava para tirar multas

O golpista usava a foto de um servidor da autarquia. Motoristas pagavam pelo serviço irregular, mas penalidades continuavam no sistema

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Michael Melo/Metrópoles
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1 de 1 Michael Melo/Metrópoles - Foto: Michael Melo/Metrópoles

A Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF) prendeu um homem acusado de fingir ser servidor do Departamento de Trânsito (Detran) para cancelar multas e débitos de motoristas. O ex-policial militar de Goiás Roberto Alves Fernandes, 55 anos, foi detido em Aparecida de Goiânia (GO), pela Delegacia Especial de Repressão aos Crimes Cibernéticos (DRCC), nesta sexta-feira (03/01/2020).

Segundo a delegada da DRCC, Cristhiane Andrade França, Roberto confessou o crime. Anúncios do cancelamento das multas eram postados no Facebook e no site de anúncios OLX. O ex-PM usava telefone com DDD de Brasília para se comunicar com as vítimas em conversas pelo WhatsApp. Na troca de mensagens, usava a imagem de um verdadeiro agente do Detran para passar “credibilidade”. O servidor da autarquia que teve a foto usada de maneira clandestina não tem relação com o golpe.

Roberto pedia de 30% a 50% do valor total das multas e débitos para anular as dívidas. No entanto, após receber os pagamentos, o ex-PM sumia das redes sociais e as penalidades permaneciam no sistema. De acordo com a delegada, mais de 10 ocorrências foram registradas, mas ainda não há dimensão do total de vítimas e quanto o estelionatário teria lucrado com o golpe.

Confira posts nas redes investigados pela DRCC:

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A polícia também investiga a participação na fraude de duas mulheres residentes em Goiás . Roberto teve a prisão temporária decretada por cinco dias, prorrogável pelo mesmo período. Sem passagens no DF, o ex-PM responderá por estelionato e associação criminosa. O primeiro delito tem pena de 2 a 5 anos. Já o segundo, de até 3 anos.

Investigação robusta

O caso começou a ser investigado em 2018, quando uma das vítimas do estelionatário foi atrás do agente do Detran que teve a foto usada indevidamente pelo falsário. Ela queria dar queixa do golpe no próprio órgão de fiscalização. O funcionário, então, seguiu para a DRCC junto com a motorista para registrar boletim de ocorrência.

A partir desse ponto, a equipe de investigação da DRCC começou uma apuração robusta, municiada com quebras de sigilos de dados telefônico e bancário do suspeito. No momento da prisão, o ex-PM tinha um celular e um computador.

“A sociedade tem de estar atenta a algumas propostas que parecem milagrosas. No caso de dívidas com o poder público, a pessoa precisa negociar diretamente com o governo. Jamais deve pensar diferente disso, pois, com certeza, isso não está dentro da licitude”, alertou a delegada.

Duas mil multas

Esse não é o único caso recente envolvendo suspeitas de cancelamento ilegal de multas. Ao longo dos últimos meses, o volume de penalidades retiradas chamou atenção da direção do Detran. Conforme noticiado pelo Metrópoles, a autarquia suspeita da anulação irregular de pelo menos 2 mil autos de infração. Nesse sentido, o próprio órgão colocou em marcha investigação interna.

Em 2018, o Ministério Público do DF e Territórios (MPDFT) desbaratou um esquema de anulação de multas do Departamento de Estradas de Rodagem (DER) com a operação Trânsito Livre.

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