Bandidos dão 16 tiros contra agente penitenciário após morte de preso
O servidor sobreviveu e está estável. A polícia acredita que ação foi uma represália contra a morte de um apenado da unidade prisional
atualizado
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Um agente penitenciário foi baleado por volta das 3h desta sexta-feira (1º/2), na rodovia que liga a cidade de Santo Antônio do Descoberto (GO) à BR-060. Ele conduzia um Honda Civic quando duas pessoas se aproximaram em uma motocicleta e atiraram contra o veículo. A Polícia Civil investiga se o caso tem relação com o ocorrido na noite anterior, quando um detento da unidade prisional da cidade levou um disparo de outro agente e morreu.
O servidor retornava para casa após o plantão no presídio de Santo Antônio do Descoberto. Segundo o delegado da central de flagrantes de Águas Lindas, Felipe Socha, foram efetuados 16 tiros contra o carro, dos quais quatro acertaram a vítima: dois nas costas, um no abdômen e outro no braço.
Ainda de acordo com o delegado, o agente atirou de volta, mas não há indícios de que chegou a atingir alguém. Ele conseguiu dirigir até o posto da Polícia Rodoviária Federal no Recanto das Emas, onde recebeu os primeiros socorros. Em seguida, o Corpo de Bombeiros foi acionado e o encaminhou ao Hospital Regional de Ceilândia. A vítima passou por uma cirurgia e o seu quadro é estável. A ocorrência foi encaminhada à 27ª Delegacia de Polícia Civil (Recanto das Emas).
“O que chama atenção no caso é que a foto do preso morto na noite anterior foi divulgada, junto com fotos da arma – ainda não se sabe como. Além disso, imagens do agente baleado nesta madrugada circularam na internet como se ele fosse o autor do disparo que matou o detento, o que não é verdade”, comentou o delegado. “Acreditamos que o que aconteceu tenha sido uma represália.”
Morte
Na noite de quinta-feira (31/1), um detento da unidade prisional de Santo Antônio do Descoberto morreu, e outros quatro ficaram feridos ao tentarem roubar a arma de um agente durante a volta para as celas após o fim do horário de visitas. O interno morto, Otávio Artur Marreiro de Brito, possui uma longa ficha criminal e estava cumprindo condenação por roubo.
De acordo com o delegado Felipe Socha, o caso é tratado como legítima defesa. “Os presos estavam sendo guardados quando alguns mais exaltados partiram para cima para roubar a arma dele. O agente conseguiu se desvencilhar e os presos partiram para cima dele de novo. Foi quando fez o disparo que atingiu e matou Otávio. Os outros insistiram em tentar tomar a arma e também foram baleados. Só pararam quando viram que era munição letal”, detalha o delegado.
Segundo Socha, alguns deles estavam com a boca azulada, como consequência do uso de rohypnol – um medicamento utilizado nos golpes Boa Noite, Cinderela – que os detentos usam como entorpecentes. A unidade comporta cerca de 100 presos, mas opera com o dobro da capacidade.
“Depois de atirar, ele conseguiu sair e chamou ajuda. Acionou o Samu, que foi prestar o socorro e encaminhou os feridos para hospitais de Santo Antônio e do DF. O óbito foi confirmado no local, e a perícia foi acionada para atestar a legítima defesa”, explica o delegado.