Acusado de estuprar jovem é sushiman em Águas Claras

Suspeito foi preso na sexta-feira (06/03/2020) e confessou o crime ao delegado

Ana Karolline Rodrigues
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O rapaz de 26 anos suspeito de estuprar uma moradora de Águas Claras observou a vítima por cerca de 40 minutos antes de abordá-la em uma área de eucaliptos na Rua 30 Sul da cidade. O caso ocorreu na noite de 19 de fevereiro deste ano.

A vítima – uma jovem de 23 anos – havia informado à policia, inicialmente, que foi abusada por quatro homens. Os exames periciais constataram o estupro, mas a unidade da Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF) ainda espera novos laudos para saber se foi identificado material genético de outros homens no corpo da mulher.

De acordo com o delegado-chefe da 21ª Delegacia de Polícia (Pistão Sul), Luiz Alexandre Gratão, o homem trabalha como sushiman em um restaurante de Águas Claras. “Ele disse que usava a faca para o trabalho dele, então por isso andava com ela”, informou o investigador nesta segunda-feira (09/03).

Aos policiais, o rapaz preso confessou ter cometido o estupro em Águas Claras, mas negou a presença de outros agressores no momento do crime. “Ele ainda tentou colocar culpa na vítima, o que a gente não leva em consideração de forma alguma”, frisou Gratão.

O suspeito foi preso pela PCDF na sexta-feira (06/03), quando chegava ao restaurante em que trabalha em Águas Claras, em frente a um condomínio. Durante a ação, os agentes localizaram uma faca na mochila do homem. A arma branca pode ser a mesma usada para ameaçar a vítima.

O suspeito é morador do Recanto das Emas e estava em liberdade provisória após um furto de veículo ocorrido em novembro do ano passado, no Sol Nascente. Ele ainda tem passagem por violência doméstica, crime cometido contra uma ex-companheira. Devido ao estupro pelo qual responderá agora, poderá pegar de 6 a 10 anos de prisão.

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Vítima teria sido estuprada na Rua 30 Sul, em uma área verde
De acordo com a Polícia Civil, a mulher saiu da praça de skate, na Rua 37 Sul, e seguia para casa, por volta das 22h, quando foi abordada pelos criminosos
Vítima teria sido estuprada na Rua 30 Sul, em uma área verde
Vítima disse aos policiais que foi seguida desde o Taguatinga Shopping até o local do crime, em Águas Claras
Imagens

Na noite do crime, a jovem estava em uma distribuidora de bebidas, próximo à praça de skate, na Rua 37 Sul. De lá, ela seguiu para casa e, por volta das 22h, foi abordada pelo suspeito.

Imagens de câmeras de segurança do local registraram o momento em que ele observa a vítima antes de segui-la até o local em que a estuprou.

“Ele ficou com o olhar fixado nela. Viu que ela estava bebendo sozinha e que seria uma vítima em potencial. Então, não descartamos que ele possa ter cometido isso contra outras vítimas ali em Águas Claras, porque foi totalmente oportunista nessa situação”, analisou o delegado.

Em outro vídeo obtido pela polícia, já na Rua 30 Sul, os investigadores puderam identificar a vítima e o agressor passando pela área em que o crime aconteceu. “Quando ela vai embora da distribuidora, ele vai atrás. Depois, nessa outra imagem, já vemos os dois descendo para a área de eucaliptos”, descreveu.

Escuridão

O local onde teria ocorrido o estupro coletivo é mal iluminado. Os moradores e trabalhadores que passam por ali reclamam da falta de segurança, principalmente por causa da escuridão.

Em nota, a Companhia Energética de Brasília (CEB) afirmou que a área técnica de iluminação pública acionou equipes de manutenção para vistoriar e realizar reparos de possíveis pontos apagados no setor.

“Toda a Boulevard Sul possui iluminação pública, que foi projetada para atender as vias públicas locais e as calçadas, que ainda não haviam sido construídas na época da instalação dos postes, e a CEB está à inteira disposição dos demais órgãos para realizar um projeto específico para implantação de nova iluminação que atenda o interior dessa área arborizada, de forma a melhorar a segurança das pessoas que transitam na região”, diz trecho do comunicado da estatal.

Estupros

Em 2019, foram registrados 666 casos de estupro no DF, 390 contra vulneráveis (59,5%). O número é menor do que o de 2018, quando foram investigados 725 abusos. Desses, 440 envolveram crianças e adolescentes.

Em toda capital federal, houve 45 estupros neste ano, segundo o último balanço da Secretaria de Segurança Pública. No mesmo período de 2019, foram 55 registros dessa natureza.

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