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Ação da PF com FBI prende morador do DF que usava dark web para crimes

Suspeito é israelense e tem casa no Lago Sul. Ele intermediava negócios ilegais, cobrava comissão por transações e foi detido em Paris

atualizado

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PF/Divulgação
Ação da Polícia Federal em cooperação com o FBI
1 de 1 Ação da Polícia Federal em cooperação com o FBI - Foto: PF/Divulgação

A Polícia Federal e o FBI (o Departamento Federal de Investigação dos Estados Unidos) deflagraram uma operação conjunta para combater crimes praticados na internet, especialmente na dark web – camadas da internet que não podem ser acessadas através de mecanismos de busca comuns, como o Google.

O principal alvo da ação é um cidadão israelense que vive em Brasília e é responsável por administrar um site, na zona obscura da rede, para a prática de tráfico de drogas e armas, contrabando e lavagem de dinheiro. O nome do suspeito não foi divulgado pelas autoridades, para não atrapalhar as investigações em curso.

O homem, preso nessa segunda-feira (06/05/2019), também é suspeito de crime de pornografia infantil e foi alvo de mandado de busca e apreensão para investigar o delito, em outubro de 2018. Na ocasião, a PF apreendeu R$ 1 milhão em espécie na residência dele em Brasília, além de notebooks e smartphones.

Em ações simultâneas nessa segunda-feira, enquanto o investigado era preso no Aeroporto Charles de Gaulle, em Paris, buscas eram realizadas em sua casa no Lago Sul.

Policiais federais encontraram dispositivos utilizados para a guarda de criptomoedas e R$ 200 mil em espécie, entre reais e moedas estrangeiras.

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Drogas on-line
O israelense também administrava um site na internet que servia como indexador dos principais mercados ilegais da dark web e era utilizado para orientar os usuários sobre a compra de produtos e drogas on-line de forma segura, oferecendo não somente os endereços, mas também diversos tutoriais para os consumidores navegarem anonimamente, evitando a repressão policial.

O portal na internet trabalhava em parceria com os maiores mercados clandestinos na dark web, e o morador de Brasília era remunerado por cada transação realizada por meio do endereço eletrônico, como a distribuição de drogas, medicamentos ilegais, ferramentas hacker, dados bancários, entre outras.

As investigações constataram que o israelense recebeu taxas das transações de cerca de 15 mil usuários, que negociaram os mais diversos produtos ilegais. Uma percentagem dessas transações era direcionada ao israelense.

Deep webdark web
Professor do Departamento de Informática da Universidade de Brasília (UnB), Jorge Fernandes diz que a dificuldade de rastreamento por parte das autoridades torna as redes obscuras da internet um terreno fértil para criminosos. Segundo o especialista, sem fiscalização, o espaço acaba sendo ocupado por bandidos, pedófilos e traficantes de drogas, armas e até órgãos.

Segundo o professor, a deep web é composta de um conjunto de servidores que não são indexados por mecanismos de buscas, como o Google. Por sua vez, a dark web é uma camada ainda mais profunda da rede utilizada por criminosos. “Você tem um submundo de informações e não possui um mapeamento completo dele. Eles fazem assim porque gostam de se esconder.”

Jorge Fernandes explica que endereços na zona mais profunda da rede só podem ser acessados por quem conhece o caminho. “Assim como existe em qualquer grupo social, na internet também acabam criando uma estrutura de submundo.”

De acordo com o especialista, o conjunto de protocolos de acesso que os frequentadores da deep web usam dificulta o trabalho da polícia. “Até porque tem uma dificuldade de jurisdição no mundo. Por exemplo, se um computador que tem um monte de coisas ligadas ao crime está hospedado em outro país, a polícia daqui não tem como forçá-lo a sair do ar.” (Com informações da Polícia Federal)

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