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Superfaturamento chegava a 1.000% na Máfia das Próteses

Até agora já foram identificadas 100 vítimas do esquema. Ministério Público decidiu enviar ao Cade denúncia por formação de cartel

atualizado

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Rafaela Felicciano/Metrópoles
hospital daher, máfia das próteses
1 de 1 hospital daher, máfia das próteses - Foto: Rafaela Felicciano/Metrópoles

Com mais de 100 vítimas da Máfia das Próteses, identificadas até agora, o Ministério Público do Distrito Federal (MPDFT) decidiu acionar o Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) para denunciar a existência de um cartel entre empresas e hospitais que atuam na capital do país. Além da combinação de valores, as investigações da Operação Mr. Hyde já identificaram superfaturamento de preços que chega a 1.000% nos procedimentos.

As apurações estão sendo aprofundadas para verificar se os planos de saúde também foram prejudicados ou se fazem parte do esquema. Até o momento, os hospitais alvos da operação são o Daher, no Lago Sul, e o Home, na 613 Sul. Segundo o MP, a TM Medical, fornecedora de próteses, órteses e produtos especiais, é o elo do esquema, que movimentou mais de R$ 30 milhões.

Há casos de pacientes que foram submetidos a procedimentos desnecessários, como sucessivas cirurgias, para que gerassem mais lucro aos suspeitos. Em outros, conforme revelado pelas investigações, eram utilizados produtos vencidos e feita a troca de próteses mais caras por outras baratas.

A diferença entre o Home e o Daher é que no primeiro quem atuava eram os funcionários. No segundo, no Lago Sul, notamos uma participação forte do dono do hospital no gerenciamento das transações ilegais

Maurício Miranda, da Promotoria de Justiça Criminal de Defesa dos Usuários de Serviços de Saúde (ProVida)

Na ação desta quinta-feira (6/10), no Hospital Daher, 11 promotores e cerca de 20 policiais atuaram na nova fase da Mr. Hyde. “Muitas de nossas suspeitas estão se confirmando. Quem vê a situação se assusta. Os procedimentos adotados por hospitais e médicos são agressivos. Há cirurgias superfaturadas em até 1.000%”, denunciou o promotor.

De acordo com o delegado Luiz Henrique Dourado, titular da Delegacia de Combate ao Crime Organizado (Deco), os prejuízos da Máfia das Próteses não se restringem aos pacientes, já que o superfaturamento acabava encarecendo os procedimentos. “Esse esquema, como é superfaturado em até 1.000%, aumentava o valor do plano de saúde para o cidadão”, explicou.

Outro lado
Em nota, o Hospital Daher confirmou que recebeu a visita da Polícia Civil. “Não fomos avisados ou comunicados previamente do teor da visita e estamos colaborando ativamente com as solicitações realizadas. Tão logo tenhamos informações oficiais sobre o teor das investigações, informaremos de forma ampla à imprensa”. O Home nega que tenha envolvimento com a Máfia das Próteses.

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