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Polícia suspeita que Máfia das Próteses mandou dinheiro para exterior

O médico Johny Wesley, proprietário oculto da empresa TM Medical, teria enviado remessas para contas bancárias em nome da filha, em Portugal

atualizado

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Michael Melo/ Metrópoles
Operação Mister Hyde
1 de 1 Operação Mister Hyde - Foto: Michael Melo/ Metrópoles

O dinheiro movimentado pela Máfia das Próteses pode ter chegado ao exterior. A Polícia Civil suspeita que, pelo menos uma das pessoas envolvidas no suposto esquema, o médico neurocirurgião Johny Wesley Gonçalves Martins, proprietário oculto da empresa TM Medical, alvo da Operação Mister Hyde, tenha enviado remessas ilegais de dinheiro para fora do país.

De acordo os os investigadores, bens móveis e imóveis amealhados com o esquema criminoso orquestrado pela Máfia das Próteses teriam tido como destino empresas baseadas em Portugal em nomes de parentes do médico. As suspeitas da Divisão Especial de Repressão ao Crime Organizado (Deco) é de que uma fortuna cruzou o Oceano Atlântico até chegar a contas bancárias em nome da filha de Johny, que vive no país europeu.

Como parte dos desdobramentos da investigação, os policiais civis vão rastrear supostos crimes de evasão de divisas e lavagem de dinheiro, já que Johny Wesley praticamente não tem bens em seu nome. O golpe que colocou em risco a vida de dezenas de pacientes rendeu pelos menos R$ 30 milhões à organização criminosa, de acordo com os policiais.

Os investigadores apontam Johny Wesley como cabeça do esquema e chegaram a montar o perfil do médico que abandonou a carreira de neurocirurgião para tocar apenas a empresa fornecedora de órteses, próteses e materiais especiais (OPMEs), envolvida com o esquema. Considerado um suspeito extremamente inteligente, Johny Wesley formou-se pela Faculdade de Medicina da Universidade Federal de Goiás, em 1993. Ele ainda possui título de doutorado na área médica pela Universidade de Brasília (UnB) e se tornou especialista em neurocirurgia pela Sociedade Brasileira de Neurocirurgia e pela Fundação Hospitalar do Distrito Federal.

O médico se formou ainda em engenharia e cursou direito pelo UniCeub. “Ele sempre teve uma inteligência acima da média. Wesley não é biomédico, mas ele próprio desenhava as próteses que eram vendidas pela TM Medical. Ele apenas entregava os projetos para os biomédicos assinarem. Pena que ele usou toda a sua capacidade para cometer crimes”, afirmou uma fonte médica ouvida pelo Metrópoles. A defesa de Johny não foi localizada para comentar as suspeitas da Polícia Civil sobre o médico, que está preso desde a última quinta-feira (1º/9), quando foi deflagrada a Operação Mister Hyde.

Pelo menos 60 pessoas procuraram a Deco depois que foi deflagrada a Operação Mister Hyde. Elas foram operadas pelos médicos presos durante a ação da Polícia Civil e do Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT). Entre eles, Leandro Pretto Flores, Rogério Damasceno e Henry Campos, que foram soltos na sexta-feira (2/9), além de Johnny Wesley e Marco de Agassiz, que continuam detidos no Departamento de Polícia Especializada (DPE), ao lado do Parque da Cidade. Ao todo, 13 pessoas foram parar atrás das grades depois da Operação Mister Hyde.

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