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Demissão em massa eleva risco de infecção nos hospitais, diz sindicato

De acordo com o Sindiserviços, 600 trabalhadores terceirizados da rede pública de saúde já foram dispensados somente neste ano

atualizado

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Felipe Menezes/Metrópoles
Brasília (DF), 09/10/2017 Fachadas – Secretaria de Saúde do Distrito FederalLocal: STN – Asa Norte, BrasíliaFoto: Felipe Menezes/Metrópoles
1 de 1 Brasília (DF), 09/10/2017 Fachadas – Secretaria de Saúde do Distrito FederalLocal: STN – Asa Norte, BrasíliaFoto: Felipe Menezes/Metrópoles - Foto: Felipe Menezes/Metrópoles

Não é novidade que o sistema público de saúde do Distrito Federal acumule problemas e dores de cabeça. A polêmica da vez envolve a demissão de 600 trabalhadores terceirizados responsáveis pelos serviços de limpeza, conservação e higienização das unidades da rede. A redução no quadro ocorreu ao longo deste ano.

De acordo com a presidente do Sindicato dos Empregados de Serviços Terceirizáveis (Sindiserviços), Maria Isabel Caetano dos Reis, a situação é grave nas unidades de saúde pública e as demissões em massa expõem os hospitais a um elevado risco de infecção hospitalar.

O trabalho de limpeza e higienização das áreas internas e externas, além das emergências e das ambulâncias, já eram executados por um precário quadro de funcionários com seis ou 10 trabalhadores. Agora, um ou dois profissionais realizam o serviço

Maria Isabel Caetano dos Reis

Ao Metrópoles, o gerente de hotelaria da Secretaria de Saúde do Distrito Federal (SES-DF), Edio Zago, confirmou a redução no quadro e disse que a medida segue a Instrução Normativa nº 2, aprovada pelo Ministério do Planejamento, Desenvolvimento e Gestão (MPOG). No entanto, a decisão é “emergencial e temporária”.

A pedido do Governo do Distrito Federal, em 2008, a pasta foi obrigada a adotar a medida no contrato das empresas terceirizadas responsáveis pela higienização das áreas públicas, visando reduzir os gastos públicos.

De acordo com Zago, o sistema de quantitativo fora substituído pelo de metragem e R$ 10 milhões já foram economizados. “Lamentamos a redução no quadro, mas a decisão não partiu de nós. A metragem leva em consideração a quantidade de funcionários necessários para administrar uma área específica, subdividida de acordo com a necessidade”, afirmou.

O gerente ainda tranquilizou quanto à existência de perigo iminente de contaminação. “O risco sempre vai existir, mesmo com os funcionários, mas temos certeza de que, se a empresa considerar os parâmetros do contrato, ele será mínimo.”

Carga horária
Para a sindicalista, outro problema diz respeito à carga horária dos trabalhadores, que seria “excessiva”. “Eles se matam de trabalhar por até 65 horas semanais, quando a Convenção Coletiva de Trabalho (CCT) e a Consolidação das Leis do Trabalho (CLT) determinam quadro de 44 horas”, denunciou.

Sobre a acusação, o gerente defendeu a SES-DF e informou ser de “responsabilidade da empresa terceirizada administrar e cuidar do controle de seus funcionários”.

Reunião
Na segunda-feira (23/7), um encontro foi promovido pelo sindicato na tentativa de debater estratégias, visando o retorno imediato dos trabalhadores aos postos.

O Sindiserviços acusa a pasta de ser autora de uma “inexplicável intransigência”, por parte dos seus técnicos em reunião realizada na quarta (18), quando deveria apresentar o modelo do edital para a contratação das empresas prestadoras dos serviços. “Nada apresentaram e ainda solicitaram 60 dias para a conclusão do processo licitatório”, finaliza a presidente.

 

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