Cirurgia para glaucoma com micro implante diminui pós operatório

A doença afeta cerca de 65 milhões de pessoas no mundo e aproximadamente 1 milhão só no Brasil

Juliana Contaifer
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O glaucoma é considerado a maior causa de cegueira evitável e irreversível do mundo — o aumento na pressão dentro do olho acaba lesionando o nervo óptico e a visão vai se perdendo “pelas beiradas”. É como se o paciente estivesse olhando por dentro de um tubo que vai se fechando com o passar do tempo. Tradicionalmente, quando o tratamento com colírio não diminui a pressão e freia o desenvolvimento da condição, a cirurgia para corrigir a situação é penosa para o paciente. O procedimento é invasivo, envolve pontos e a recuperação é longa.

Mas uma nova tecnologia promete melhorar, e muito, a situação dos pacientes de glaucoma. Minimamente invasiva, a cirurgia com stent promete ter a mesma eficácia que a comum, mas fazendo apenas uma incisão de 1,5mm e liberando a pessoa para voltar à sua rotina no dia seguinte.

“Como a pressão dentro do olho é muito grande, na cirurgia tradicional cria-se uma comunicação entre o interior e o exterior por baixo da conjuntiva — a mucosa responsável por proteger o olho. É como uma válvula: toda vez que a pressão sobe demais, o excesso de líquido sai por ali e é absorvido pelo organismo. É um procedimento que corta, dá ponto e pode resultar em uma série de complicações. Na nova prática, chamada de stent, são injetados micro implantes com uma seringa em uma incisão de 1,5 mm, criando essa mesma comunicação de maneira mais simples”, explica Hilton Medeiros, especialista em retina e vítreo da Clínica de Olhos Dr. João Eugenio.

A lesão do nervo óptico é lenta e como não há sintomas, é difícil diagnosticar o glaucoma com antecedência. Além de fatores hereditários, diabetes, hipertensão, problemas cardíacos e hipertireoidismo podem levar à doença. Hilton alerta que a única maneira de detectar é por meio de visitas periódicas ao oftalmologista.

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